Bicicleta

Andamos pela avenida São miguel  e vimos todos esses carros passando rapidamente,
Pensávamos com medo dos ares que podia ter uma modernidade,
Mais eu sempre olhava para os olhos verdes claros de Caroline,
Que de maneira boba deixava a rotina um pouco mais alegre e saudável.

Ela andava da sua bicicleta e mostrava um pouco da sua calcinha rosa.
Até daquelas épocas eu era um bastardo tarado carente por senso de amor.
Oh a nostalgia...daquela bicicleta velha usada que seu pai comprou e a doce Caroline
Andávamos pelo bairro de São Miguel com aquela bicicleta.

Ela me levou até aquele parque de União Vila Nova,vimos a chuva cair das quatro da tarde,não gostávamos da escola e faltávamos só para tocar violão coisas tocas e melosas.
Eramos apenas amigos.
Mais ela falava comigo como irmão,perguntando coisas do tipo"O que você quer ser quando crescer?eu quero ser professora de historia..."
Apesar de que hoje sou professor de historia,que tentou cometer suicídio três vezes.
Acho que ela diria que isso seria um fato triste...um professor de historia querer morrer...deve ter algo errado.
Mais aquele dia especifico...nessa cinza quarta feira ela tinha me dado um beijo inocente,como se a gente fosse pequenos amantes.
Não sei porque uma garota inocente e madura como Caroline me beijou...só sei que era um beijo doce,juvenil,e talvez um pouco de malicia,estávamos curiosos com a nossos hormônios.

Ela disse  depois"Eu gosto de você...seu idiota,e você esta todo molhado",e até hoje considero esses dois contextos de "Eu gosto de você ...seu idiota" e "você esta todo molhado" duas coisas sem menor o sentido,mais quem se importa?
So lembro que depois ela ofereceu uma carona para andamos sobre o cinzento  e industrial bairro de São Miguel Paulista,e aquilo foi o paraíso alem das minhas palavras.

Foi os pombos uivando em toda a sua dor antes de morrerem,as crianças tolas e estupidas como nós empinando grandes pipas em torno do sol mais luminoso e grandiosos que já vi.
E eu sentia delicadamente os aromas do perfume de Caroline,o seu corpo molhado pela chuva,o shampoo do seu cabelo bagunçado e todo o tremor e calma do meu corpo.
E isso do final de contas não faz nenhum sentido se aplicamos a logica e a razão,Emanuel Kant ou talvez até vocês acham esse poema(historia,desabafo?)uma tolice total,mais vocês e o resto do mundo são idiotas tanto quanto eu.
Pois sabem que as cosias sem almas e racionais não possui nenhuma importância...e sim,coisas que tem sentimentos,nus,forte,fodido,vivido,como a vida.
E eu com essa maldita nostalgia só devo dizer isso...e viver isso um pouco do dia-a-dia.
E a bicicleta nela...comprei um modelo...para andar pelas ruas cinzas e industrias de São Miguel Paulista...cinza e louca São Paulo...oh sim,e a Caroline.