quinta-feira, 28 de março de 2019

Toda primavera.

Oh,meu amor 
Toda primavera é assim... 

Você se junta ao sol 
enquanto eu percebo que nasci tarde demais. 


Meu amor 
existe um fim que se define triste assim... 

Uma saudade desmedida 
correndo atrás nos farrapos do vento. 

E o vento,doce,amargo 
surge como facas em mim. 

E eu choro por qualquer motivo 
pois os olhos apenas existem para revelar as nossas cegueiras... 


Oh,meu amor 
existe a primavera,enfim... 

Colhendo todas as flores 
para o meu oficio,enfim... 

Existe o ladrão 
Para se fazer em ti. 

E existe a eterna cópia 
a eterna danação em cima de mim.

Existe tanto de nós 
E ao mesmo tempo,sempre existe essa solidão. 

Pois você nasceu da primavera 
e eu(claro)nasci tarde demais. 

Para alguém.


Vejo que alguém morreu hoje a noite.Era apenas um garoto,com vinte e poucos anos.Ele estava no seu quarto,ouvindo The Smiths.A voz chorosa de Morrisey,e toda aquela lamentação fez com que o garoto tivesse coragem de cometer o tal ato.

Mas claro,não trata-se apenas disso.Existe pequenos fatores,ou que podemos chamar de pequenos detalhes.Aquele perfume de Margarida,grudada do hálito que o espelho(meio que sem querer)guardava com certa saudade.As fotos nos escritores que você gosta:Oscar Wilde,James Joyce,Jack Kerouac.A tua cama...


E o garoto morreu e ficou lá.Ele falou comigo,e me disse pra escrever essa carta pra você.

Ele disse que não precisa se chocar,se a carta parecer depressiva ou melosa demais.Faz parte no show.Ele apenas me disse que tem certas partes que morrem,e que  viver é entender que todos nós vamos morrer,e que no meio de tudo isso,surge vários problemas.

A dura verdade,meu bem,é que aquele garoto morreu,mas de alguma forma,ainda respira.E eu não sei se isso é culpa sua,ou minha.

Quem pode saber?

Se tivéssemos as respostas,tudo seria tão banal,mas ao mesmo tempo,a vida sem o seu drama faria menos sentido.

Uma Obra...






Existe algo de estranho em todos os rostos
Em todas as vozes
e abrigos.

Existe um eterno desencontro em todos os passos
Em todos os beijos
e olhares vazios.


E na vida,vejo o horizonte
Negro como a minha alma.
Negro como o meu sonho.


E a vida,a morte,o amor,a dor...
parecem ser uma obra do mesmo monstro
ou do mesmo Deus
ou Diabo.

domingo, 3 de março de 2019

A minha tristeza não esta surpresa.





Eu novamente vejo todas as cores que a morte traz
e a minha tristeza não esta surpresa.


De alguma forma,ela sabia
que tudo ia ser assim.


De alguma forma,ela já sabia
que todas as músicas tem o seu fim.

Coletâneas.







Prevejo esse fim que dorme em teus braços 
Um beijo tão perdido,que por desmedida ausência do afeto,nasce-se um certo medo. 



Um medo que  os Deuses criaram 
e o homens aperfeiçoaram. 


As forças que o tempo traz,a cor falida de uma rosa fúnebre 
e o olhar metálico de um amanhecer que prometia tudo,menos a felicidade. 



Prevejo tudo,e ao mesmo tempo,com esse poder,eu me transformo num nada 
Num nada que perambula sobre a via láctea,escondendo as próprias lágrimas. 


E sim,eu já prevejo o que você vai dizer 
Já prevejo o que eu vou sentir... 


Já vejo o meu quarto com as suas típicas coletâneas
Já vejo o mundo mostrar a tua terrível nudez... 

Já vejo  o velho relógio
O velho poço de lágrimas 
e por finalmente,já me vejo ansioso 
por uma velha novidade 

que nunca vai chegar.