quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A morte da mãe da Cyndia







Carnaval.Oh sim...carnaval."Grande merda" eu penso enquanto ia ao meu trabalho.Eu ganhei vários dias de descansos,enquanto o mundo cada vez mais ia andando a merda abaixo.Quinta feira,dia 11 de fevereiro,um dia depois das cinzas do carnaval,eu chego do meu trabalho.Entediado,com dor de cabeça,e um pouco triste,pois Maria saiu de novo da minha vida,ela disse que não me aguenta mais,eu fiquei triste...nunca mais vou ver aquela belíssima bunda.

Onde eu trabalho?Bom,eu trabalho do SUS.Sou estagiário,achei interessante pois isso ia tirar o meu medo de hospitais,algo que eu tinha desde a minha infância.Agora estou acostumado a ver rostos doentes e crianças berrando  e chorando. Não gosto de falar do meu trabalho,considero isso fatores da minha vida pessoal,assim como eu quero deixar claro a minha integridade moral e tudo mais.Mais é difícil escapar de certos assuntos,principalmente de certas pessoas que você vê todo dia,e o como o mundo as vezes é triste e assustador.

Eu recomendo  que todo mundo vai ao SUS pelo menos uma vez,pra você perceber a complexidade ou as dificuldades dos tempos contemporâneos.Não vai lá pra  ter consultas medicas, vai ao SUS para ver os rostos das pessoas...todas elas.Você vera um pequeno ou então um bom pedaço da alma do Brasil.Bom,voltando ao assunto,eu fui do SUS quinta feira,e eu estava completamente triste e entediado,eu detestei ficar quase uma semana em casa,e a Maria se foi...

Dentro do SUS eu me estressava,assim como qualquer pessoa que trabalha lá.Eu estava procurando fichas e prontuários perdidos,assim como imprimindo alguns receituários que os médicos precisavam."Droga!Aqui esta foda" digo com uma voz baixa pra mim mesmo.
Dentro do SAMI (o lugar onde guarda fichas e prontuários) eu vi a Cyndia. Cyndia é uma auxiliar de enfermagem,é uma senhora negra,com cabelos quase grisalhos e sempre estava  alegre,mesmo que ela de vez em quando tem que ver coisas desagradáveis. Oh desculpe...Cyndia não pensa assim,ela gosta de ajudar as pessoas,enquanto eu sou apenas um babaca estagiário.
Ela entrou lá arquivando alguns prontuários,e ela me viu.
-Oi Nicolas,tudo bem?- Cyndia pergunta pra mim,sempre simpática.
-Oi Cyndia,estou bem e você?
-Oh sim...estou bem
-Como foi o carnaval?
-Foi ruim
-Oh sim..sei como se sente.Não curto também o carnaval.
-A minha mãe morreu do Domingo.

Eu fiquei um pouco sem jeito,assim como chocado.apesar de que  é comum pessoas morrerem todos os dias.O que me chocou é imaginar como ela viveu esse carnaval com a mãe  morta e tudo mais.Quando Cyndia falou isso,tinha uma fraqueza em sua voz,porem ela ainda estava com aquele sorriso dos lábios.Porem era um sorriso triste,envelhecido,maduro,duro como a vida.

-Sinto muito...-Eu disse a ela,meio que sem jeito,sem saber que palavras eu posso usar com utilidades.
-Ela morreu sorrindo...você tinha que ver,o bom da morte nela foi isso...ela morreu feliz.

Ela tirou o sorriso,e mostrou um rosto mais triste,fragilizado,uma filha...com uma mãe morta.Perdida e sozinha durante o carnaval.

-Mais claro,é triste.
-Sim claro...-Eu disse a ela.Eu realmente não sabia o que dizer.
-A energia,a alegria,o fato de ela sempre querer dar festa e tudo mais...isso foi sentir falta.Então foi horrível esse carnaval,mais fazer o que...ela me ensinou a aguentar a vida e seguir em frente.

Depois disso,ela voltou com um sorriso triste e doce,e saiu do  SAMI. Fiquei um pouco chocado,assim como qualquer pessoa eu não sabia o que falar,como sempre.O que dizer pra uma pessoa que viveu dias do carnaval,vendo pessoas dançando,festejando  e com rostos felizes?
Oh sim,como se a merda de nossa sociedade não esteja ligando para o que você sente.Do máximo,todas as mortes entram das estatísticas e só. Sentimentos...ninguém fala mais.E eu estava lá...reclamando de minha vida,e que não quer nem pensar da morte das pessoas que eu amo.Sim elas vão morrer um dia,eu também,mais deus...é difícil.
Estou falando de novo sobre a morte.Desculpe a minha repetição.Eu não sou nem sequer um cretino original.

Do fim Cyndia tinha que trabalhar e continuar com a sua vida.Assim como o resto do mundo também,hoje eu tive a noticia de que o Sr João(velho usuário da unidade) morreu,o câncer matou ele.Quero deixar aqui a minha preces e respeito ao Sr João e a mãe da Cyndia. Fiquem com Deus.

Sim...Deus,o que dizer sobre ele?Só sei dos seres humanos,e pouco,não quero me definir como um intelectual,oh deus...claro que não,já tenho que ouvir o que esses idiotas falam todos os dias.O ser humano é mesquinho,egoísta,se considera Deus,assim como é bondoso,amoroso e tudo mais.
Bom...e eu?Quem se importa?Vou conseguir viver sem a Maria.Tem coisas bem piores acontecendo lá fora. A minha unica redenção é escrever.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Marie



Do alto céu noturno
Surge a Marie
O amor do meu pequeno segundo
O amor do meu momento



Sim,ela cruza as pernas
Com a sua apertada calça jeans
e fala qualquer besteira
para que eu seja um bobinho

Oh Marie,ande pelas ruas
Oh Marie, se perca entre os anjos desoladores
Oh Marie, entre da sinfonia louca de SP
Oh Marie se senta da carteira

Para que eu comete o ato magico
de confundir as tuas belas coxas...
com coxas de outras garotas

Sim,assim como os seus labios
retratando que você

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O beijo naquela garota bonita e sensível.





Do dia do meu aniversario
de 10 anos
Todos me deram presente
Ganhei vários brinquedos legais e bonitos


Me lembro do boneco do Batman
Grande e gigantesco,caro demais
E também ganhei um jogo novo do GTA
Algo que gostei também

Mais o maior presente foi a menina da minha escola
Maria ...
Ela foi até mim,sorriu e me deu um beijo

Um beijo profundamente longo
Dizendo"Parabéns Nicolas"
"Parabéns...."

E a vida se tornou magica,cósmica,atemporal
Imortal,com sentido

Como se aquele poucos segundo Deus mostra  de maneira nua e crua a sua existência
Como se eu pudesse abrir o mar ao meio
Como se eu plantasse uma flor e ela nascer do exato momento

E aquele atemporal fui curto
E eterno.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Cinzas de carnaval





Agora você esta do outro lado da rua
Esperando o sinal ficar vermelho
Enquanto a cidade esta parada
Acolhida de uma possível e falida felicidade
Nessas futuras cinzas de carnaval


Fume um cigarro ,esquece do dia
Todos são malditos,são seres tristes
Nem os anjos se salvam das profundezas do inferno
Nem os semi deuses impedem a natureza humana
Messas futuras cinzas de carnaval


Ando pela rua 23,esperando alguma diversão
Ver alguns seios nus,e mulheres com labios vermelhos me beijar
Assim como eu espero a chuva chegar com lagrimas de Dom Quixote
Que agora esta da lua.sozinho e acabado por ser um sonhador
Nessas futuras cinzas de carnaval


Oh pai santo (Pai santo ae)
Oh doce Lithium(Lithium ae)
Oh minha Maria(Maria salva)


Agora você acredita em Deus e em anjos?Quando você quer redenção?
Assim como a esperança fatal dos suicidas,esperando matar a sua dor

O ser humano é um câncer,é um verme
E você tem que aceitar isso
Assim como aceitar nadar pela lama
E sonhar patinando numa pista de gelo


As luzes das estrelas da noite revelam outro filme
De nossas falidas especies
Alegando que a nossa tristeza é de fato universal
E que todos ....todos estão fardados
Nessas futuras cinzas de carnaval

Cinzas de carnaval
O que eu posso fazer?
Cinzas de carnaval
O que eu posso fazer?



Oh pai santo (Pai santo ae)
Oh doce Lithium(Lithium ae)
Oh minha Maria(Maria salva)


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Garoto sem lei



Dizem que eu sou um alienígena
Um estranho nessa terra
Um garoto sem lei


Esculpido a longa estrada solitária
Comendo e caçando as tristes noticias atuais:
Viver de verdade é segredo,é enigma

Assim como dizem que o underground de verdade
Já esta do passado.
Como o bom e velho Rock´n Roll 

The Stooges já acabou
The velvet undeground idem
Lou Reed esta morto
David Bowie também

Mais eu toco de vez em quando a musica nesses caras

Ando sem sentido pelas ruas

Vendo o  por do sol se rasgar em mil pedaços
Ver o poço do fim do mundo
Nadar do fio da navalha

Chorar que nem idiota por você Baby

Mais dizem que sou ET
Esquecido nessa terra
Mais essa é uma mentira cruel,deliciosa e graciosa

Estou bem aqui
Apenas esperando o fim do mundo 


Doce SP




Sim,São Paulo é minha Nova York.Sim,me sinto sozinho também Lou Reed,Iggy,Ian Curtis...Travis Bickle,Sally,Caroline etc.Aqui  eu ando pelas ruas,vejo os rostos vazios,a madrugada morrer,o sol aparecer dos prédios,a melancolia sagrada de santa Maria,o sexo oral das putas das ruas de São Miguel,todas essas coisas.Aleluia!

De vez em quando surge um solo de guitarra,um grito ecoando da outra esquina,moleques brincado com armas de brinquedos,policias falando do dia,travecões bichas querendo dar o rabo pra algum macho enrustido.A Celina aparecer do meu quarto nua,o relógio bater o despertador,eu dormir do ônibus,e me sentir sozinho.

Depois vou ao cinema,vejo um filme,entra as escuridões da noite,a psicodelia da balada do cowboy solitário.Sempre gostei dos cowboys solitários,gente como o homem sem nome.Eu pego um revolver,me vejo do espelho,ouço os uivos dos lobos malucos,berrando com toda a sua centralidade,teatralismo,poesia e vida.

Vejo você dançar do luar,a cidade berrar a violência,o meu sangue pulsar,a porra do meu cérebro fritar.A vida é apenas  varias riffs de rock.

Sim.Você é sozinho como eu,toma um café como eu.Fala de maneira estranha,um pouco gordo,desesperado,marginalizado por si mesmo,correndo entre as ruas,entre os cinemas pornôs,sem os sapatos,dando um relance da bunda de uma neguinha gostosa.Oh ...doce nada.

Você se vê do topo do prédio,reza pra deus.Fale um pouco com ele,tenta maliciosamente beijar as transas do anjo Gabriel,quer facilmente ser um anjo da cidade.Rasgando os lábios de sua cidade...novamente a velha cidade.
Eu queria tomar uma cerveja com Travis Bickle ,falar com Allen Gibersg,lutar (de novo) com Bukowski e saber apanhar.
Sim,Doce Sp,estou triste hoje,estou louco,estou apaixonado.
Pois você abre as suas pernas trágicas e cômicas como carta postal,e tudo de maneira louca faz sentido.




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A depressão das folhas




A depressão das folhas
Que historia patética eu penso
O que posso dizer?é simplesmente as folhas deitadas  sobre o chão
Elas se tornaram irmãos dos caos
Pois perto do chão esta o apartamento onde eu moro
Do apartamento de onde eu moro

De onde eu morri
E vivi varias vezes
Como o consumo libertador de ser uma criatura pequena e mesquinha como qualquer outra
E viver como um ultimo homem da terra

A depressão das folhas
Que historia banal eu penso
Como a navalha cortar a carne de uma princesa triste e solitária

Ela chora como qualquer  pessoa da rua Roosevelt
e a tristeza brota como flor

E as folhas simplesmente caem
E a vida parece ridícula