quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Grande ato.




O homem entrou no palco....sim ele estava preparado,
"oh sim abre o som" grita ele para o bateirista.

E o bateirista inspirado,ascende o seu cigarro,anuncia a chegada atráves nas baquetas
ele dá uma espécie de esmurro do seu bombo,e os metais entram com tudo.


Três sax madando ver,melódias soltas que se relacionam
tudo de uma forma tão viva,que homem do palco não se segura.


Ele pula no palco,grita no microfone,fala varias vezes a palavra"Ye"
e o público o compreende.


Era uma noite fria em SP
e os caras estavam quentes pra caralho.



Ele contorce o próprio,no começo branda uma expressão tristonha, ameaça chorar
mas invés disso ele canta.


A voz é rouca,mas potente
ele se expressa,grita,anuncia o refrão,a banda entra junto,não para.


O refrão dá suavidade
mas a bateria anuncia a volta nos versos principais,os metais entram novamente com tudo.

O baixo,contido,mas segurando e segurando
e o homem no palco dá um grande grito e prolonga a nota e palavra ye.


"Yeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeehhh!"
e o pessoal grita de prazer.


Ele cai do chão,volta aos versos,esta mais dolorido
mas ainda cantava

cantava e cantava...
o bar estava quente,a noite era fria
as pessoas dançavam...

e ele cantava e cantava...

a banda desenhava belas melodias,as harmonias são trincadas e quebradas
mas no fim tudo tinha um estranho sentido...


O homem no palco,a batera louca,os metais em estado de transo,o baixo forte,e o homem no palco ...


Ele canta o refrão pela última vez
e o público o abraça como se ele fosse Jesus...


A música acaba
eles agradecem e tudo mais.


E você volta pra casa
pega o mesmo caminho de sempre
esta perambulando e delirando
pois bebeu demais.


A lua estava branca,mas mostrava-se um fogo contido
e você chorava
e chorava
pois no fundo você não é o homem do palco.


Você apenas sofre como ele
porém,diferente dele,você não sabe o que fazer com a sua dor.


Mas não se preocupe
pois eu também sou um desajustado completo.

Vamos quebrar os nossos espelhos
e beber a última garrafa de vodka...



Eu fui assim...

Sim,deixes as borboletas invadir o centro da cidade
Assim como deixa todas as flores mortas celebrar o curto céu

Pois o sol vai ser engolido pelo mar
Enquanto os amantes de ontem choram sobre a escuridão nos quartos esquecidos.

Senti sim,o violino do amanhecer ecoar lentamente
Levando os reverbs dos santos madrugarem as lágrimas dos coringas.

Pois a fogueira será inspirada pelo som triste do teu violão
E a chuva vai gotejar sobre os seios nus das velhas estações do tempo.

E
Eu fui assim...
Tão doce  e perdido
Saindo por ai
Entre os tiroteios dos ETS
Entre os beijos das putas virgens.

Eu fui assim...
Tão poético e banido
Saindo por ai
Conspirando pro meus inimigos
Criando belos muros para os meus pesadelos.


 Mas Ágoras,tu será como eu sou agora,um homem desesperado e solitário
Tu pensara mil vezes para abraçar os seus inimigos e beijar os seus falecidos pais.


A pintura de Gogh já esta mal conservada,os poemas de Florbela já se tornaram tristes orações para os anjos suicidas
E o templo da saudade vai ser fechado por falta de recursos financeiros.


Os espelhos das cidades são feitos de águas frias  e tristes
Cortando a sua doce garganta e chorando por uma salvação divina.

E você tenta não lembrar da triste e notória possibilidade
De que tudo estará esquecido,e de que Deus já não pode nos salvar.

O cochilo dos demônios já se espreitam sobre os terminais da minha respiração
Assim como os umbigos do bebes retardados já são distribuídos pelas ruas feitas de consolações.

Mas sim, deixes as borboletas invadir o centro da cidade
Assim como deixa todas as flores mortas celebrar o curto céu.

Pois o sol vai ser engolido pelo mar
Enquanto os amantes de ontem choram sobre a escuridão do quartos esquecidos.


E
Eu fui assim...
Tão doce  e perdido
Saindo por ai
Entre os tiroteios dos ETS
Entre os beijos das putas virgens.

Eu fui assim...
Tão poético e banido
Saindo por ai
Conspirando pro meus inimigos
Criando belos muros para os meus pesadelos.



Nada mais.




Nenhuma luz pode ocultar aquela sombra em que tu escondeu de mim
ou
aquele beijo pornográfico que você deu a lua.


Nenhuma harmonia pode prevalecer aquele choro de uma sereia tristonha
ou
aquele canto que ela deu meia hora atrás.



Você pode fugir talvez
entre as mesas dos bares,e nos risos das damas.

Você pode fugir talvez
entre as tripas do lobo e o olhos de Moloch...


Mas veja,o destino é apenas certeiro em sua melodia final
e nada mais...


Apenas existira essas lágrimas e esses risos
e nada mais...


Apenas existira o amor,demasiado em tristeza
e nada mais...


e Apenas existira o ponto final
.


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Barato.

Pode me comprar baby
Eu não tenho  nenhum valor.


Eu gosto do dinheiro
Misturado com o teu whisky.

Gosto do teu sexo
Feito sem medidas…


Pode me lambuzar baby
Pois eu posso depravado.

Eu gosto do fogo
Sendo provocado pelo diesel

Gosto da tua fúria
Feito de brincadeira



Pode pegar o seu amor
E oferecer pra mim.

Eu goste dele baby
Até mesmo quando me sinto triste.

Gosto de me sentir triste
Vendo a tua beleza…


E tipo,você pode sim me jogar fora
Pois eu sou um vadio.

Gosto de ser barato.
Gosto de ser barato.

E única coisa que me redime é esse fruto

e um bom rock and roll…

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O beijo proibido.

Muitos diziam sobre o garoto
falava que ele não tinha destino.


Gostava apenas de sexo
e fumava um cigarro atrás do outro.


Ela ouvia,sabia das opiniões
sabia que ele era banido.

Mas um dia foi até uma tal festa
a tal garota “santa”.


Ela se vestiu de preto
e saiu de casa no meio da madrugada.


Foi até a festa da casa de um tal cara
e viu muitas coisas.


Rock  and roll frenético
bebidas e muitas drogas.

Ela ficou chocada
mas o pessoal do bairro a reconheceu.

A maioria riu e tudo mais
e ela foi até o segundo andar.


Entrou num quarto escuro
e viu que o garoto estava lá.


Ele estava chorando.


Ela foi até  o garoto
perguntou o motivo.


Ele disse que tentou se matar
mas que não conseguiu.


Ela ouviu a história
de como ele queria acabar com a dor interna.


A vida solitária
e o fato de que a maioria o achava descolado,apesar de ser um rebelde.


“ A vida não tem sentido,e quero me matar”
foi o que ele disse.


Ela sentou ao lado dele na cama
olhou pra ele e deu um beijo.


O beijo foi curto e tímido
e ele ficou chocado.

Mas aí ela pensou do fardo que ia carregar
pensou da família e do nome de garota santa…

e estava a mercê de um garoto que era mais perdido do que aparentava…


Ela beijou de novo
ele gostou

e ficaram até o fim da noite.


Era um beijo proibido
mas do fundo ele era bom por causa disso…

Pois as vezes o que nos salvam são os quartos escuros
e ninguém querendo te perturbar…


Apenas o beijo do outro
e o mundo ainda sendo o mesmo lugar de merda.


Estamos todos sozinhos
mas também estamos juntos…

É uma contradição doente,porém boa (em certos momentos).

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Eu vejo uma luz.




Eu vejo uma luz
no final do corredor escuro.


Mas ela esta distante
como uma estrela solítaria.

E no fim eu não consigo gosta-la
pois ela pode ser uma mentira

ou mais um truque que eu crio
por puro medo da escuridão.