sábado, 24 de janeiro de 2015

Prometeu

Prometeu o Deus em sua ousadia
A sua despidez ao luar,
O seu erotismo negro
Beijado como adaga corta a sua pele e seus olhos
Te deixa cego durante a chuva,
Sozinho em seu quarto
Te deixa gordo em seu tédio,
Magro em suas palavras
Promete a doce humildade,
Deixado nos montes e nos prédios
Correntes eletricas e gatos a ecoar

Asas

Eu tenho uma tv
Um controle remoto com vários canais pago
Um piano que suaviza todas as mortes que eu vejo
Todos os partos que eu choro
Todas as amantes que eu não tive
Todo o dinheiro que eu não tenho
O lado bem observado da natureza humana
Mais bem esquecido por restos
Por restos qualquer

Ah eu tenho a minha vontade
Grande vontade de chorar
Grande vontade de partir e ir embora
De deixar um carta de suicídio pro meus pais
Pintar como louco Van Gogh e dizer adeus pra alguém
E depois ser um anjo proibido ou um anjo inútil

Andando para um lindo céu
Perdido entre a eternidade e depois sentir em uma doce brisa pra onde eu vou
Pra onde eu vou?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Homem errado

Sou o homem errado.
Da hora errada
Do dia errado.
Da primavera passada
Com noites de deuses.
Noites de homens
Mulheres e vinhos.
Seculos e sangue
Toda hora de uma bebida,
Todo trago de uma ideia das ruas

Com gritos de vizinhos,
Choros de bêbados,
Sangue de crianças,
Atores em cenas
Trafico em cenas,
Toda as doideiras surreais.
Toda a solidão
O que isso pode ser pra min?

Sou mais uns dos homens errados.
Sou mais uns dos humanos errados.
Tentando viver nesse mundo.