A Bianca tira a roupa,Cezzane fuma um cigarro,e Keroauc esta alucinando com
o álcool.As putas chegaram lentamente,assim como as bebidas.A sala de estar
ficou lotado.Lotado pra caramba.
Era exatamente meia noite e ponto.
Madame Satã tira a calcinha,Bukowski olha pra rola
dela,Joana não esta mais aqui.O trem já partiu,o cobrador Marcos já foi
embora.Joan Bez esta do quarto, tocando violão sozinha.
Era exatamente meia noite e ponto.
A cidade lá fora me olha.Sim,você sabe de quem eu estou
falando.Ela me olha com os seus olhos sujos junto com a chuva da noite.A chuva que
transborda aquelas velhas verrugas ,e anuncia de algum modo um apocalipse
vidrado das pequenas coisas.
Mesmo que a lua apareça sobre a janela,e reflete a cor azulada
da melancolia, nada vai alterar as coisas:os caras dos Jazz morreram,e o rock
errou mais uma vez.
Mas era exatamente meia noite e ponto
E eu me sinto incluído(e excluído) a toda essa gente, a
todos esses caras e tudo mais.Os velhos
boxeadores dos bairros estão dormindo em pequenas camas,e os velhos soldados de
antigas guerras(que ninguém lembra mais) estão por ai entre as ruas ,perambulando sobre esse
mundo maligno como loucos fantasmas.
Os castelos estão abertos,as construções utópicas estabelecidas.Eden
anuncia as portas,Dante sorri para o sol.Mas mesmo assim,percebo a dimensão
gritante das prisões,e o vigor constante em termos de prevalecer um mundo podre
e cruel.
Percebo isso depois de meia noite.
E o que sobra do final das coisas é apenas um copo de licor,e um cigarro
amassado.Sim,Sim meu amor.Não são figuras de vícios,são apenas atores
inanimados representado o estado da solidão contemporânea.
O horror de ver o mundo de tal forma,e de alguma forma
aceitar o destino que é morrer sozinho e vazio...