sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O sussurro do homem bruto

Eu vou te esfaquear, seu hipócrita.
Sou sua aberração.
Eu não vou cortar o tempo,
Vou junta-lo e uni-lo.

Não vou criar países.
Todos ficarão no mesmo lugar.
Todos terão a mesma língua.

Vou rugir nas montanhas.
Vou colocar a sua face no espelho,
Vou beija-la durante a chuva da noite.

Libertarei a realidade.
Transarei com o sonho,
E domarei o dogma dos anjos maliciosos.

Sou o seu santo
Sou o seu ar...

Respire fundo e inspire,
Respire fundo e se ame.

Vou matar o amor para ele virar racional.
Vou ser filho do ódio, para conquistar novamente o amor.
Desejarei os pássaros que voam silenciosamente a noite,
E cruzarei as pontes silenciosas da cidade.

Refletirei a sociedade como navalha.
Surgirei ao seus ouvidos como música real.
Darei ditadura há quem faz ditadura.

Sou o seu santo,
Sou o seu ar.

Respire fundo e inspire,
Respire fundo e se ame.

Amor criado da terra ou fundindo em nenhum lugar.
O que podemos fazer?
Surgirei como o último soldado da guerra,
E correrei entre as rotações dos tempos

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Não sinto nada

Eu não sinto nada, 
Me desculpe por isso.
Pois por causa disso eu não posso fazer nada.
Não posso fazer um poema ,
Não posso cantarolar o dia e amar a vida, 

Não que a vida seja algo bonito,

Mas sinceramente o ar está tão frio e pesado... 
Será Deus? Será o vento?
Sinto uma mão pesada em cada olhar do cotidiano.

Eu realmente "sinto" muita gente.

É algo muito triste, triste mesmo.
Na verdade, eu queria ficar triste mas nem isso eu consigo.

Um véu cinza se brotou do meu olhar.

Parece tão real.
Uma chuva incerta me despedaçou esta manhã.
Uma ausência de quem eu queria que existisse.
Mas não tem nada. 
Ninguém.
Ninguém ao meu redor.

Agora devo partir? Devo me partir?

Devo me esforçar?
Não... acho que é inútil.

Alguém pode me soprar e meu corpo cairá como pó.
Será soprado e andará por tempos incertos. 
Tudo é nada.
O nada é eterno.

Vocês devem ter algo a fazer, isso eu posso afirmar.

Sinceramente, isso vai dar certo?
Não vou ter um livro nem uma base critica.
Serei uma piada triste e nada mais.
Realmente...vale a pena?

Posso falar dos namorados que se beijam,

Mas é algo arrogante demais pra mim.
Mesmo que eu tente traduzir os aromas do amor,
Nunca conseguirei  alcança-lo.
Nunca o defini. 
O amor me fez de produto.
O nada me fez de ócio e me levou daqui.

Aqui que é o nada q
ue ofuscará as ondas do hoje e do amanhã. 
Aqui é o nada.
Rachaduras da melodia terrestre e dos cometas do universo,
Chovendo nuvens...
Matando -me...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Borboleta amarela da vida

Como eu podia nascer?
Como eu podia andar?
Eu sou a juventude.
Eu sou a vida.
Mesmo que tudo ao redor acabe.
E comece novamente.
È confuso, eu sei. Eu sei disto.

Sou o rei da confusão.
A deslocação incerta das montanhas,
A lua virgem que se derrotou sangrando.

O dia é sujo.
As pessoas também são.
Mas você me compreende.

Hoje me atrasei para o trabalho.
Me matei por um rifle,
E fui banido do paraíso.
Mas eu vi uma borboleta amarela refletir o sol.
Ela veio até a mim e me beijou.
Foi a única vez.
Foi a ultima vez.
Mas será eterno no meu coração,
E nunca acabaram as suas fontes de beleza, eu posso prever.

Posso beijar os seus lábios.
Posso namorar os céus.
Posso voltar.
Posso andar.

Um dia raiou.
O sol se pôs.
E hoje ando como andarei amanhã.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mar eterno do seu olhar

Entre todas as onduladas flores do deserto
Está o seu olhar.
Formando-se como rocha pura entre os cantos dos riachos.
E se tornando concreto em modos que desconheço.

O arco-íris chegava como um trem expresso,
Até partir seu coração.
Até a chuva te desiludir.

Na escuridão olhar em frente é cegueira para os santos virgens e nada mais.
O olhar do mundo é inexistente, nada mais.
Sonhava que tempos chegariam e rugiriam dos olhos de novos dias e horas.

Seu olhar chegava e concretizava as minhas emoções e meu amor.
Eu seria o caos da rocha,
O filho do mar eterno,
Por você que me compõe de varias maneiras.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ferro e sangue (seu e de seus filhos)

Mar infinito para os seus filhos nascentes.
Dormindo entre as cores das flores
Refletindo entre a cortina de chuva.
Adormecida criatura,
Descendo aos olhos da terra,
Enquanto o resto ao seu redor,
Suas imperfeições,
Prédios e cidades,
Amores e desamores,
Olhares e desencontros
Recebiam-lhe como um cartão postal.

Sua alma tecida de vidro que quebra entre a janela de seu ser
Quebrou entre a noite silenciosa.
Quebrou-se no chão,
E fez o cantar dos anjos.
Chamou a chuva a cantar também,
E fez as árvores surgirem.
Mas não passava de dor.

E a única coisa que via era ferro e sangue.
Ferro e sangue da alma.
Ferro e sangue de seus filhos,
Que compõem seus corpos
E solidificam sua estrada.

Ferro e sangue que acordam seus filhos entre massas de gordura existêncial.
Ferro e sangue que que te fazem chorar e despedaçar.

Liam-se contos,
Liam-se os códigos no vento,
Mas não havia nenhum caminho que ruivasse como uma estrada sem rumo.
O mar vinha como onda,
E Deus surgia como maldito.

A alma descia entre o chão, e quebrava por você.
Era caos total.
Era mar nascente,
Era como a infância,
Uma chuva da natureza.

Mas a única coisa que se via era ferro e sangue,
Em seus olhos,
Em seus lábios.

O mar beijava o seu sangue,
E deixava-o entre a solidão.
Condenava a alma das cidades humanas.

Tantos seres ao seu redor que definem a solidão.
Apenas ferro e sangue...
Ferro e sangue...
Uma peça mortal que não te faz você ser vegetal.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ao meu olhar

"Tudo alcanço em meus sonhos".
È isso que eu digo,
È isso que eu inspiro.

Nem tudo está nas minhas mãos,
Nem tudo está aos  meus olhos.
Nem a felicidade está aqui.
Nem o amor.

Eu reflito o mar.
Sou o neto do sol.
Amargura da vida, sonho de viver.
O sonho de morrer em paz.

Eu vejo faces entre as cortinas.
A chuva chora entre os riachos de ancestrais.
Uma geração nasce como rosas virgens.
Novas vidas invadem o oxigênio.

Você... Você esta lá.
Você é minha estrela que nunca chegou.
É a estrada que ainda não percorri.
É a casa dos meus sonhos.

E no final tudo fará sentido.
O mundo é de sonhadores e de ninguém mais.

A fogueira das ilusões,
A chuva dos sonhos e dos meus amores.
Tudo está ao meu alcance.
Mesmo que seja o Armagedom.
E por mais que  meu caminho esteja longe.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O luar veio sangrando

Porque esta triste criatura chora tanto?
Ela é tão bela, tão doce ...
Porque foge das gotas da chuva?
Elas te compõem, te conspiram ...
O sol veio devagar essa manhã.
Veio silencioso aos olhos inocentes,
Veio embalador da sua melancolia.
Deixe-me costurar suas asas de pássaros
Para você voar em um mundo infinito.

Ouve-se seu choro pelo mundo inteiro,
E ninguém compreende.
Seu choro raja pelas montanhas,
E nenhuma natureza o compreende.
As árvores se montam entre os rios,
As fontes e os ganhos de vida veem
Essa triste criatura solitária...

Durante as noites os lábios nela são sagrados.
Sua melancolia chora pelo rio de seu quarto...
O luar veio para vê-la.
Veio sangrando. Veio mutilado.
Veio solitário de seus irmãos e de suas estrelas primas.
Se eu pudesse eu daria a minha vida pra ela.
Essa triste e estranha criatura, que o mundo não compreende a existência...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Uma brisa que virou dor

Dizem que fui culpado  por matar o Papa.
Por ter queimado as estrelas da bandeira do Brasil.
Ter tirado a ordem do mundo.
Ter namorado uma estrela de cinema mais velha do que eu,
E a sua riqueza ficou a mim depois que ela morreu.
Falam que eu dei o golpe do baú,
Mas não tenho culpa do que eu sou.
E nem da sorte que me olhou.

Não acredito em superstições, mas acredito em direções bruscas da vida.
Direções me levaram ao sofrimento e aos fantasmas da vida.
Me fizeram ser rei dourado e o mendigo do amor.
Me fez ser por 400 anos.
Não culpo a minha solidão mas admito que escolhi ela.

Escolhi ela quando eu sai de casa.
Quando voltei encontrei você olhando pra mim e perguntando "Aonde você foi? ".
Foi como uma adaga no meu coração...
Uma mulher que dorme na  mesma cama que eu e pergunta onde fui.

Um vento que fez um leve sopro nos barcos dos ideais ao mar eterno.
Um vento que toca as brutas rochas que vemos envelhecer como nós, para depois  morrermos..
E elas continuaram lá.
Mas agora  uma brisa leve que antes tocava do meu rosto virou dor.

Dor em todos os lados, em todas as ondas do mar, em todas as casas que vejo.
Dor maldita da vida.
Dor da solidão eterna, do astronauta navegar no oceano.

Nos campos que andei ví cavalheiros medievais sugando a pele de Romeu.
Ví Hitler disfarçado de Robin Hood.
O Imperial Monarca comendo meus ossos, e as estrelas que chovem distantes.
Marte esquecendo a terra,
A circulação solar continuando com o mesmo ritmo.

Mesmo aos nosso olhares
Ficamos decepcionados.
Ficamos atordoados.
Tudo continua ao mar de Deus.

Seu dedo deve provocar essa chuva eterna de insegurança.
Deve ter se esquecido de olhar as nuvens negras do apocalipse da melancolia.

As árvores e suas ganhas ganham morte
A morte melancólica vira um anjo tolo,
Que quer voar mesmo sem ter asas.

Um vento sopra levemente entre o seu rosto fantasma.
Um vento beija e depois cospe a face de seus filhos e netos,
Uma Brisa que virou dor.

As borboletas refletem a lua.
Antes eu achava lindo, hoje acho brutal.
Suas asas que chovem aos meus olhos, por motivo nenhum me machucam.

Eu lembro de minha casa.
Abria a porta e sua face estava na sala de estar.
Das fotos antigas e dos beijos cristalinos...
Seu cheiro anda sobre ela como fantasma,
Gritando de agonia por algo a mais.

Eu percebia o crescimento das crianças até virarem velhos inúteis.
Vi que você sorria ..
Mesmo eu, mesmo eu morrendo.

Um casal  que se beija na praia...
Seus olhares que depois se concentravam no mar.
Era tão belo...
Depois virava dor  pra nós dois.

Cansado das filosofias metafisicas...
Guerreiros espirituais levantavam o mar e depois retornavam ao seu leito por sua atitude tola.
Espadas gemem como demônio através de nada, e ao nada retornam.
A rajada de um sol soturno que vê as visões dos soldados e seu sangue escorrendo.

È um sopro triste de um vento que virou dor.
È o mundo que roda, que agoniza tua estrada.
Uma fonte de beleza ao exterior da natureza que me cega.
A maldita fonte do meu ato me fez ser maldito.
Uma brisa maldita.
Castelos de sonhos que iam devagar...
O amor que ia ao sonhar...
Mas nada se entende, mesmo depois de tanto tempo.
Apenas o seu rosto, o seu rosto que me sorria e agora me mata.
É uma Brisa que virou dor e nada mais.
E eu, uma criatura pequena fumegando o vento dolorido e seus movimentos.
E o universo chora pela a minha dor insignificante.

Santo do silencio da terra bruta

Aos olhos virgens dos anjos
Eles veem uma balada eterna
Em cada coração frio do mundo?

Meu coração não é frio, mas é virgem.
È santo nas composições do silencio.
È concreto no campo dos sonhos.

Ouvia-se outra batida de uma guerra ou de uma revolução,
Ou de constelações a frente planetas frios e mortos.

Eu me viro.
O sol amaldiçoa a terra.
Imagino os anjos do céu, e do quanto estamos distantes do paraíso,
E quanto falta pra chegar lá...

Outro dia chega ao meu olhos.
O arco íris chegou pela primeira e unica vez aqui,
Mas foi tarde demais.
Se despediu como um beijo, e fugiu na noite.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os sonhos dos nossos olhos

(Esse poema foi tirado da música de um velho amigo. Coloquei em versos  para que seja um poema um pouco mais completo. É um belo e simples poema de amor como os meus. Espero que gostem.)

Não me deixe tão só em sua escada.
Cada degrau é um ponto para o seu céu.
Eu e você somos como pássaros voando.
Mas somos sonhadores  solitários
Quando não estamos sós.
Não vou conseguir sem você

Não deixe que a doença do mundo te atinja.
Em seus olhos compreendo sua tristeza,
Que todos os malditos e hipócritas te chamam de imatura.
Mas você não é.

A cada passo lembro de você.
A cada passo eu esqueço de mim.
Na face da solidão você é minha estrela.
Estrela nova num universo caótico como esse...

Não deixe-me dançar com meus substantivos simples.
Não deixe-me transformar num monstro tristonho.
Não deixarei que transforme-se em uma sombra.

Nunca deixarei...

Que o resto do mundo se encaixe ao rugir de uma nova manhã.
Não ser percebido não é problema,
Até o sol, que é tão belo, é percebido por poucas pessoas.

A cada passo lembro de suas lágrimas, de tristeza ou riso.
A cada passo lembre-se de mim,
Pois nunca esqueço de você.
A cada passo sou o amor.
A cada passo sou Shakespeare.
A cada passo vejo você andar,
Nos nossos sonhos,
No nosso mundo.

A manhã nasce.
A manhã chega.
Os sonhos surgem nos meus lábios,
Os sonhos que todos tem com o seus olhos.
Os nossos sonhos,
Os sonhos dos nossos olhos.

Aquele que faz transforma o ar em ouro,
O homem em estrela.