Isso ocorreu do ano
passado,do meio do trampo.Eu,Marcos Albergue,de novo do bar.Acordei em torno de
7:30 da manha,abri o bar junto com o Fernando(O dono da porra do bar) e tudo
ocorreu da mesma merda de sempre,apesar
de temos que suportar um calor do caralho.De qualquer forma,lá estava
eu,trabalhando,atendendo os piores perdedores da terra.O bar do Fernando era o
lugar em que alguém tinha que ser morto,ou o lugar em que os ratos tinham que
trepar.Fernando é um homem cínico ou louco demais.Ele sempre falava”Deixe os
perdedores,os idiotas,os filhos das putas ou das antas virem aqui Marcos!Aqui é
a xoxota do diabo!Onde é possível ter um bando de idiotas querendo encher a
cara!” e era mais ou menos isso.Ele pagava pouco,mas ele deixava eu beber quase
a vontade.Então,o dia estava quente,úmido,fedendo a urina de rato,mas de
repente apareceu uma mulher,a mulher que tinha apenas uma face.
Ela entrou do bar,deu
uma rebolada até a mesinha que ficava do cantinho do bar,perto do balcão e
ficou lá,imóvel...sem dizer nada.A mulher de uma face.Como ela era?Bom,era gostosa,isso
você pode ter certeza.Ela estava usando uma calça jeans bem apertado,que
mostrava a belezuras que era as pernas dela,assim como a bunda que é bem
grande.Os peitos são moles,mas é natural,e não há nada melhor que peito
natural.A pele dele tinha uma cor de pele mesmo,mas meio queimada,parecia que
ela ficou muito tempo da praia.Ela estava usando uma mini camisa que dava pra
mostrar a barriga fofinha e os braços
com algumas estrias .E o rosto...bom,ai que estava a magia.Era um rosto
morto,isso mesmo,um rosto apático.Ela tinha um corpo de uma gostosa de trinta e
poucos anos, mas ela tinha um rosto de uma gostosa de 55 anos.Uma mulher que já
tinha experiências,e muita tristeza,muita tristeza.Uma tristeza tão grande,que
os olhos delas pareciam ser grandes,e assustadores.Ela não demonstrava nenhum
tipo de expressão,e parece que qualquer coisa não podia chocar aquela mulher.Eu
sei,eu sei,pode ser um fruto da minha imaginação,mas...bom...continue lendo
essa triste historia.
Ela sentou,cruzou as
pernas grossas e gordas,acendeu um cigarro,e ficou olhando para a mesa de
sinuca,que fica em frente ao balcão.O bar do Fernando é pequeno,tem apenas um
balcão vermelho feio,uma mesa de sinuca pertinho da entrada,e umas três mesas
do bar todo.Tudo era tão juntinho e tão pertinho que as vezes tínhamos que
passar pela mesa de sinuca,ou não pisar em alguém que esta dormindo do chão
para atender um cliente.Como eu lhe disse,era um lugar que muitas pessoas não
queria ir,ficava do centro ...da parte podre do centro.Mas parecia que ela
queria ficar lá,porque era o lugar que as pessoas podiam se esconder.
De qualquer forma,ela
ficou lá por cinco minutos,e apareceu um bebum chato que sentou da mesa
dela....
“Então,tudo bem?Eu
sou...Carlos...sou um bêbado.Eu bebo pinga o dia inteiro.”
A mulher sem expressão
olha pro idiota,pro bêbado mais sincero e assumido do mundo,e fala apenas três
palavras ...
“Bom pra você”.
O bêbado sincero olha
pra ela,vê a moça triste que tem corpo de trinta e rosto de cinquenta e cinco
fumar um cigarro lentamente.
Eu fui até o
Fernando,e falei que ia atender ela.Fernando disse pra mim que não,que isso é
folgadice,e que ela tem que se foder.Era mais ou menos assim que a gente tinha
que tratar as pessoas daquela “xoxota do satanás”.
“Sabe,eu fiquei
olhando pra você pro cinco minutos.Você parece que ...tomou uma coisa,e tem
essa cara de sono.Você esta com sono?”
Falou o bêbado.
Ela ainda estava
olhando pra mesa de sinuca,e depois voltou a olhar pra aquele pobre idiota,e
respondeu...
“Não.È que eu tava
comendo a tua mãe.”
O bêbado ficou puto e
disse ...
“Que porra é essa
hein?Sua...sua puta doida!”
Depois ele começou a
chorar...
“Não fale isso da
minha mãe...não fale isso...”
A mulher,sem nenhum
tipo de piedade,fala apenas duas palavras...
“Foda-se.”
E sai da mesa do bar.
O Bêbado ficou
chorando da mesa,parecia uma criança de cinco anos.
Ela ficou do balcão,e
fumou mais um cigarro... o bar do Fernando era o único bar que você podia fumar
um cigarro sem ter alguém para encher o teu saco.
Eu falei pra ele que
ia atender ela.Ele concordou,pois vi que eu tinha um interesse genuíno pela
pessoa.
Eu fui até ela,olhou
pra aquele rosto inexpressivo e disse...
“Oi!Bem vindo ao nosso
estabelecimento!Você deseja alguma coisa?”
Ela estava vidrada do
balcão.Ela viu um rato passar.O rato passou lentamente,era gordo e idiota.O
rato olhou pra moça de uma só face,deu um arroto e saiu correndo.Depois que o
rato caiu fora,ela olhou pra mim com cara de tédio e disse...
“Você tem conhaque?Eu
quero uma dose.”
Eu peguei a garrafa de
conhaque,coloquei do copo e dei pra ela.Ela olhou pra copo e bebeu tudo menos
de 30 segundos.E cara...eu fiquei olhando pra
aquela mulher,era triste, e parecia entediada,mas que corpo!Que corpo!Ela
estava lá,naquele balcão fedorento,bem da minha frente,e os peitos dela parecia
que ia saltar dos meus olhos,e aquelas bocas pareciam me ameaçar a me
estuprar.Era uma boca grande,grande e gorda.Lábios carrancudos mesmo.Mas algo
sempre me perseguia,uma espécie de indecisão.Sei,sei,isso é coisa de idiota com
cu molhado,um termo criado da década de 80 por bandas góticas,mas era o que eu
sentia daquele momento.Aquela massa de gostosura parecia ser distante eu meter
o pau dela,pois eu sou gordo e feio,e ela...bom...tinha toda aquele formidável
pedaço de carne.Mas foi fácil,fácil demais.Eu tomei uma dose de conhaque com
ela...e falei duas palavras...
“Como esta?”
Ela olhou pra mim e
disse...
“Uma merda.”
Eu ri e disse
“Eu também.”
Ela olhou pra mim e
disse...
“Talvez você falou
isso para eu transar com você,mas pode ser
verdade.Você esta aqui,comigo,num lugar...”
“Sim...”
“Bom,vou fazer uma
proposta.Um proposta do caralho.Você parece ser legal, e eu estou entediada.O
meu marido é um viciado em pica,então ele não me come.Eu passo o dia inteiro
andando em pracinhas nesse dia quente,procurando por ação.Mas essa cidade é um
lugar tão chato.Antes era melhor,tinha um movimento de gente alegre,mas
agora...aqui do centro esta cheio de putas retardadas.È o seguinte:eu sair
daqui,e você pode me acompanhar.Pode ser?”
Eu fiquei alegre, e ao
mesmo tempo sem graça.Deus,ela era tão dura e direta,e aquele rosto não parecia
desmentir nada o que ela falava.Eu fiquei pensando,olhei pro Fernando.Fernando
piscou pro meus olhos,e aquilo significava “Come essa puta doida”.E foi isso,eu
aceitei a proposta.Eu sai de lá com ela.A mulher sem face.Ela segurou da minha
mãos e parecíamos dois namorados.
“Eu moro aqui perto.Te
levo pra minha casa.Ou pro meu esconderijo.”
Eu aceitei,andamos e
andamos e chegamos num hotel,hotel
barata.Isso mesmo,esse era o nome do hotel.Era a casa dela,ou como ela mesmo
disse...o esconderijo.Ela entrou lá,o gordo do balconista não ligou,subimos e
fomos pro segundo andar.Um corredor feio e apertado era tudo que tinha de
interessante,mas ela me levou pro quarto dela.Abriu a porta,deixou eu entrar
primeiro.Era um quarto pequeno,mas bem arrumado.Tinha um quarto,com uma cama
que tinha um cobertor rosa,uma cadeira,uma mesinha frente a uma pequena e
tímida janela,e um banheiro pertinho da janela.Ela olhou pro quarto,olhou pra
mesinha cheia de latas da Skol e
comprimidos,e dei um gole numa cerveja quente.Ela bebeu calmamente e perguntou
se eu queria alguma coisa.Eu disse que não.
Ela olhou pra
mim,ficou me fiscalizando.Olhou pra minha barriga,pro meu peito,pro meu rosto,e
pro meus olhos.Nenhuma expressão,nada poderia impressionar aquela mulher.Eu
fiquei com medo,pois...como eu ia fazer ela sentir prazer?O meu pai sempre
falava que um bom homem que sabe fazer sexo é aquele que pensa em dar prazer
pra mulher.Mas ela...ela não falava
muito,e tinha aquele rosto que não mudava nunca de expressão.Ela nem
sequer sorria.Triste...simplesmente triste pra porra,e eu ...bom...apenas queria
um sexo,não queria me sentir triste.
Quando ela parou de me
olhar,começou a tirar as roupas.Ela tirou a mini camisa,tirou a calça(estava
sem calcinha)E eu pude ver aquele corpo nu.Era melhor,era muito melhor.Tinha
carne,tinha pernas,e uma boceta tão límpida,tão acolhedor...e o caminho para
chegar até a boceta era prazeroso.Um par de pernas grossas para se encostar e
para sentir o calor daquele imenso e gostoso corpo que ela tinha.Mas como eu
lhe disse,sem expressão.Tentei não me importar.Ela deitou da cama,abriu as
pernas sem ritual,deixando nítido e claro aquela boceta,aquele buraco negro
pronto pra ser fodido.Ela olhou pra mim e disse...
“Me fode.Vamo lá.”
Eu tirei as minhas
roupas,meio idiotamente,pois eu estava nervoso.Fazia anos que eu não transava.Mas
eu tirei a roupa,deitei da cama,olhei pra ela,deu um sorriso de bosta e beijei
da boca dela.Ela usava um batom vermelho,e isso sujou a minha boca,mas eu
gostei,achei sexy,ela ...bom...o corpo dela estava imóvel,parado,silencioso e
frio.Ela poderia esperar uma tsunami
bebendo um copo de chá.Mas eu dei outro beijei,um beijo sem graça,mas tudo
bem,a gente não se amava,e isso parece ser menos ruim.Eu toquei da boceta dela,me
levantei,pedi pra ela ficar de quatro.Ela obedeceu,e eu meti e meti.Meti dela
por uns quinze minutos.Depois falei pra ela me chupar.Ela chupou,toda
silenciosa e sem nenhuma expressão.Eu falei que ia gozar dentro da boca
dela,ela disse “bubo beeeeem” e eu gozei.
“Você não é tão
bom,mas não é tão ruim.È melhor que o ultimo homem em que eu transei.”
Eu falei que já fazia
tempo que não transo.Ela riu,riu da minha cara,mas não mudou a expressão.Aquilo
era meio esquisito.
“Eu sempre olho do
rostos das pessoas.Mas você não faz isso.Você não olha pro rostos das
pessoas.Você tem esse olhar meio cabisbaixo,sem falar que as vezes não dá pra
entender o que você fala.E parece que você é meio indeciso em muitas coisas.”
“Você quer levar um
murro da cara sua puta?”
Ela olhou pra mim,e
não ficou surpreendida com a minha atitude.
“Não,não tô a fim.O
meu marido costuma me bater.”
“Desculpe...”
“Tudo bem.O problema é
que ele não sabe bater dinheiro.Ele bate como uma vadia.Eu já vi homens batendo
melhor do que ele.Talvez você consiga,você é gordo e forte.Mas eu não to a
fim,estou com dor de cabeça.Bom...acho melhor você cair fora.Me sinto triste.E
não quero mais falar com o mundo.Tchau.”
Eu olhei pra ela,sai
da cama,dei um riso amarelo,peguei as minhas roupas e fui embora.Voltei das
ruas do centro.Grande merda...
Eu fui pro
bar,Fernando perguntou,eu falei que comi ela e foi isso.Nao foi nada demais.Ela
é gostosa,mas...é uma criatura triste demais.Ela me lembra um pouco da garota
que eu namorei um ano atrás,ela tinha o habito de falar sobre a morte.Não sei
se ela esta viva.O motivo que a levava a ter isso é vários,mas eu acredito que
seja uma espécie de vazio que as pessoas sentem,ou uma espécie de vazio causado
por outras pessoas.De qualquer forma,eu queria matar os culpados,os causadores
nessa merda toda,pois ai eu não tinha que lidar com essas criaturas tristes
,solitárias,e estranhas,como a mulher que tem apenas uma face:a face da
tristeza.