terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O primeiro tiro.



O primeiro tiro foi seco
 Bruto
E dolorido...


Eu fiquei do meio da calçada
Olhando para o triste sol
E rezando para qualquer coisa...

Eu senti que as minhas asas quebraram
Que o meu corpo era mais frágil que um copo de vidro
E que ao mesmo tempo era mais pesado que todo o peso do mundo....





Não existe uma boa forma de se dizer adeus.




Não somos especiais
E nunca vamos ser especiais
Mesmo que essa noite pode acabar nesse jeito...

Você me beijando
Tocando o meu pênis
E tentando dizer as ultimas palavras

“Adeus”
“Adeus”
“Adeus”

Mas você não consegue
E nem eu
Pois do fim percebemos que não somos especiais
Percebemos que vimos esse filme varias vezes...

As vezes,meu amor
O ser humano é uma criatura estúpida demais.






quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Bem

Bem

Nunca acreditei em alguém que fala que é do bem
E tão pouco consigo acreditar em alguém que fala que é malvadão.

Ambos estão fardados
A mentirem
E a enganar a gente sobre o estado real da natureza humana.

Mas por hora
Não estou a fim de falar sobre esse tipo de coisa.

Eu  só estou melancólico demais
Para suportar mais um dia
Ou ver
Mais uma pessoa.


As pessoas me enjoam.


domingo, 14 de janeiro de 2018

A mulher de apenas uma face.


Isso ocorreu do ano passado,do meio do trampo.Eu,Marcos Albergue,de novo do bar.Acordei em torno de 7:30 da manha,abri o bar junto com o Fernando(O dono da porra do bar) e tudo ocorreu da mesma  merda de sempre,apesar de temos que suportar um calor do caralho.De qualquer forma,lá estava eu,trabalhando,atendendo os piores perdedores da terra.O bar do Fernando era o lugar em que alguém tinha que ser morto,ou o lugar em que os ratos tinham que trepar.Fernando é um homem cínico ou louco demais.Ele sempre falava”Deixe os perdedores,os idiotas,os filhos das putas ou das antas virem aqui Marcos!Aqui é a xoxota do diabo!Onde é possível ter um bando de idiotas querendo encher a cara!” e era mais ou menos isso.Ele pagava pouco,mas ele deixava eu beber quase a vontade.Então,o dia estava quente,úmido,fedendo a urina de rato,mas de repente apareceu uma mulher,a mulher que tinha apenas uma face.

Ela entrou do bar,deu uma rebolada até a mesinha que ficava do cantinho do bar,perto do balcão e ficou lá,imóvel...sem dizer nada.A mulher de uma face.Como ela era?Bom,era gostosa,isso você pode ter certeza.Ela estava usando uma calça jeans bem apertado,que mostrava a belezuras que era as pernas dela,assim como a bunda que é bem grande.Os peitos são moles,mas é natural,e não há nada melhor que peito natural.A pele dele tinha uma cor de pele mesmo,mas meio queimada,parecia que ela ficou muito tempo da praia.Ela estava usando uma mini camisa que dava pra mostrar a barriga  fofinha e os braços com algumas estrias .E o rosto...bom,ai que estava a magia.Era um rosto morto,isso mesmo,um rosto apático.Ela tinha um corpo de uma gostosa de trinta e poucos anos, mas ela tinha um rosto de uma gostosa de 55 anos.Uma mulher que já tinha experiências,e muita tristeza,muita tristeza.Uma tristeza tão grande,que os olhos delas pareciam ser grandes,e assustadores.Ela não demonstrava nenhum tipo de expressão,e parece que qualquer coisa não podia chocar aquela mulher.Eu sei,eu sei,pode ser um fruto da minha imaginação,mas...bom...continue lendo essa triste historia.

Ela sentou,cruzou as pernas grossas e gordas,acendeu um cigarro,e ficou olhando para a mesa de sinuca,que fica em frente ao balcão.O bar do Fernando é pequeno,tem apenas um balcão vermelho feio,uma mesa de sinuca pertinho da entrada,e umas três mesas do bar todo.Tudo era tão juntinho e tão pertinho que as vezes tínhamos que passar pela mesa de sinuca,ou não pisar em alguém que esta dormindo do chão para atender um cliente.Como eu lhe disse,era um lugar que muitas pessoas não queria ir,ficava do centro ...da parte podre do centro.Mas parecia que ela queria ficar lá,porque era o lugar que as pessoas podiam se esconder.

De qualquer forma,ela ficou lá por cinco minutos,e apareceu um bebum chato que sentou da mesa dela....


“Então,tudo bem?Eu sou...Carlos...sou um bêbado.Eu bebo pinga o dia inteiro.”

A mulher sem expressão olha pro idiota,pro bêbado mais sincero e assumido do mundo,e fala apenas três palavras ...
“Bom pra você”.

O bêbado sincero olha pra ela,vê a moça triste que tem corpo de trinta e rosto de cinquenta e cinco fumar um cigarro lentamente.
Eu fui até o Fernando,e falei que ia atender ela.Fernando disse pra mim que não,que isso é folgadice,e que ela tem que se foder.Era mais ou menos assim que a gente tinha que tratar as pessoas daquela “xoxota do satanás”.
“Sabe,eu fiquei olhando pra você pro cinco minutos.Você parece que ...tomou uma coisa,e tem essa cara de sono.Você esta com sono?”
Falou o bêbado.
Ela ainda estava olhando pra mesa de sinuca,e depois voltou a olhar pra aquele pobre idiota,e respondeu...
“Não.È que eu tava comendo a tua mãe.”

O bêbado ficou puto e disse ...
“Que porra é essa hein?Sua...sua puta doida!”
Depois ele começou a chorar...
“Não fale isso da minha mãe...não fale isso...”

A mulher,sem nenhum tipo de piedade,fala apenas duas palavras...
“Foda-se.”
E sai da mesa do bar.
O Bêbado ficou chorando da mesa,parecia uma criança de cinco anos.

Ela ficou do balcão,e fumou mais um cigarro... o bar do Fernando era o único bar que você podia fumar um cigarro sem ter alguém para encher o teu saco.
Eu falei pra ele que ia atender ela.Ele concordou,pois vi que eu tinha um interesse genuíno pela pessoa.
Eu fui até ela,olhou pra aquele rosto inexpressivo e disse...
“Oi!Bem vindo ao nosso estabelecimento!Você deseja alguma coisa?”

Ela estava vidrada do balcão.Ela viu um rato passar.O rato passou lentamente,era gordo e idiota.O rato olhou pra moça de uma só face,deu um arroto e saiu correndo.Depois que o rato caiu fora,ela olhou pra mim com cara de tédio e disse...
“Você tem conhaque?Eu quero uma dose.”

Eu peguei a garrafa de conhaque,coloquei do copo e dei pra ela.Ela olhou pra copo e bebeu tudo menos de 30 segundos.E cara...eu fiquei olhando pra  aquela mulher,era triste, e parecia entediada,mas que corpo!Que corpo!Ela estava lá,naquele balcão fedorento,bem da minha frente,e os peitos dela parecia que ia saltar dos meus olhos,e aquelas bocas pareciam me ameaçar a me estuprar.Era uma boca grande,grande e gorda.Lábios carrancudos mesmo.Mas algo sempre me perseguia,uma espécie de indecisão.Sei,sei,isso é coisa de idiota com cu molhado,um termo criado da década de 80 por bandas góticas,mas era o que eu sentia daquele momento.Aquela massa de gostosura parecia ser distante eu meter o pau dela,pois eu sou gordo e feio,e ela...bom...tinha toda aquele formidável pedaço de carne.Mas foi fácil,fácil demais.Eu tomei uma dose de conhaque com ela...e falei duas palavras...
“Como esta?”
Ela olhou pra mim e disse...
“Uma merda.”
Eu ri e disse
“Eu também.”
Ela olhou pra mim e disse...
“Talvez você falou isso para eu transar com você,mas pode ser  verdade.Você esta aqui,comigo,num lugar...”

“Sim...”

“Bom,vou fazer uma proposta.Um proposta do caralho.Você parece ser legal, e eu estou entediada.O meu marido é um viciado em pica,então ele não me come.Eu passo o dia inteiro andando em pracinhas nesse dia quente,procurando por ação.Mas essa cidade é um lugar tão chato.Antes era melhor,tinha um movimento de gente alegre,mas agora...aqui do centro esta cheio de putas retardadas.È o seguinte:eu sair daqui,e você pode me acompanhar.Pode ser?”

Eu fiquei alegre, e ao mesmo tempo sem graça.Deus,ela era tão dura e direta,e aquele rosto não parecia desmentir nada o que ela falava.Eu fiquei pensando,olhei pro Fernando.Fernando piscou pro meus olhos,e aquilo significava “Come essa puta doida”.E foi isso,eu aceitei a proposta.Eu sai de lá com ela.A mulher sem face.Ela segurou da minha mãos e parecíamos dois namorados.

“Eu moro aqui perto.Te levo pra minha casa.Ou pro meu esconderijo.”

Eu aceitei,andamos e andamos e chegamos  num hotel,hotel barata.Isso mesmo,esse era o nome do hotel.Era a casa dela,ou como ela mesmo disse...o esconderijo.Ela entrou lá,o gordo do balconista não ligou,subimos e fomos pro segundo andar.Um corredor feio e apertado era tudo que tinha de interessante,mas ela me levou pro quarto dela.Abriu a porta,deixou eu entrar primeiro.Era um quarto pequeno,mas bem arrumado.Tinha um quarto,com uma cama que tinha um cobertor rosa,uma cadeira,uma mesinha frente a uma pequena e tímida janela,e um banheiro pertinho da janela.Ela olhou pro quarto,olhou pra mesinha cheia de latas da  Skol e comprimidos,e dei um gole numa cerveja quente.Ela bebeu calmamente e perguntou se eu queria alguma coisa.Eu disse que não.
Ela olhou pra mim,ficou me fiscalizando.Olhou pra minha barriga,pro meu peito,pro meu rosto,e pro meus olhos.Nenhuma expressão,nada poderia impressionar aquela mulher.Eu fiquei com medo,pois...como eu ia fazer ela sentir prazer?O meu pai sempre falava que um bom homem que sabe fazer sexo é aquele que pensa em dar prazer pra mulher.Mas ela...ela não falava  muito,e tinha aquele rosto que não mudava nunca de expressão.Ela nem sequer sorria.Triste...simplesmente triste pra porra,e eu ...bom...apenas queria um sexo,não queria me sentir triste.

Quando ela parou de me olhar,começou a tirar as roupas.Ela tirou a mini camisa,tirou a calça(estava sem calcinha)E eu pude ver aquele corpo nu.Era melhor,era muito melhor.Tinha carne,tinha pernas,e uma boceta tão límpida,tão acolhedor...e o caminho para chegar até a boceta era prazeroso.Um par de pernas grossas para se encostar e para sentir o calor daquele imenso e gostoso corpo que ela tinha.Mas como eu lhe disse,sem expressão.Tentei não me importar.Ela deitou da cama,abriu as pernas sem ritual,deixando nítido e claro aquela boceta,aquele buraco negro pronto pra ser fodido.Ela olhou pra mim e disse...
“Me fode.Vamo lá.”

Eu tirei as minhas roupas,meio idiotamente,pois eu estava nervoso.Fazia anos que eu não transava.Mas eu tirei a roupa,deitei da cama,olhei pra ela,deu um sorriso de bosta e beijei da boca dela.Ela usava um batom vermelho,e isso sujou a minha boca,mas eu gostei,achei sexy,ela ...bom...o corpo dela estava imóvel,parado,silencioso e frio.Ela poderia esperar  uma tsunami bebendo um copo de chá.Mas eu dei outro beijei,um beijo sem graça,mas tudo bem,a gente não se amava,e isso parece ser menos  ruim.Eu toquei da boceta dela,me levantei,pedi pra ela ficar de quatro.Ela obedeceu,e eu meti e meti.Meti dela por uns quinze minutos.Depois falei pra ela me chupar.Ela chupou,toda silenciosa e sem nenhuma expressão.Eu falei que ia gozar dentro da boca dela,ela disse “bubo beeeeem” e eu gozei. 

“Você não é tão bom,mas não é tão ruim.È melhor que o ultimo homem em que eu transei.”

Eu falei que já fazia tempo que não transo.Ela riu,riu da minha cara,mas não mudou a expressão.Aquilo era  meio esquisito.

“Eu sempre olho do rostos das pessoas.Mas você não faz isso.Você não olha pro rostos das pessoas.Você tem esse olhar meio cabisbaixo,sem falar que as vezes não dá pra entender o que você fala.E parece que você é meio indeciso em muitas coisas.”

“Você quer levar um murro da cara sua puta?”

Ela olhou pra mim,e não ficou surpreendida com a minha atitude.

“Não,não tô a fim.O meu marido costuma me bater.”
“Desculpe...”
“Tudo bem.O problema é que ele não sabe bater dinheiro.Ele bate como uma vadia.Eu já vi homens batendo melhor do que ele.Talvez você consiga,você é gordo e forte.Mas eu não to a fim,estou com dor de cabeça.Bom...acho melhor você cair fora.Me sinto triste.E não quero mais falar com o mundo.Tchau.”

Eu olhei pra ela,sai da cama,dei um riso amarelo,peguei as minhas roupas e fui embora.Voltei das ruas do centro.Grande merda...

Eu fui pro bar,Fernando perguntou,eu falei que comi ela e foi isso.Nao foi nada demais.Ela é gostosa,mas...é uma criatura triste demais.Ela me lembra um pouco da garota que eu namorei um ano atrás,ela tinha o habito de falar sobre a morte.Não sei se ela esta viva.O motivo que a levava a ter isso é vários,mas eu acredito que seja uma espécie de vazio que as pessoas sentem,ou uma espécie de vazio causado por outras pessoas.De qualquer forma,eu queria matar os culpados,os causadores nessa merda toda,pois ai eu não tinha que lidar com essas criaturas tristes ,solitárias,e estranhas,como a mulher que tem apenas uma face:a face da tristeza.





domingo, 7 de janeiro de 2018

Historia sem sentido(parte 1).


Mais uma vez estava eu de quatro pra SP.Esperando alguma coisa,comendo alguma coisa,tentando foder alguma coisa,qualquer coisa do tipo.Uma tarde vazia,sem propósito nenhum da vida,a não ser fugir da sociedade.Sempre fugir...
A sociedade anda estranha demais,escrota demais.As pessoas estão doente demais,e eu não consigo lidar com outra coisa a não ser a mim mesmo.Acredito que eu sou  um vagabundo em termos de se interessar pelo mundo.Nunca me interessei.O mundo é complicado demais,as pessoas são complicadas demais,a vida se torna complicada demais,e  eu tento fugir nessa porra toda.

Tento fugir do transito,das reuniões dos sindicatos,dos saraus de poesias,das sessões de cinema,da fila do mercado,tudo...
Porém lá estava eu,num bar escondido do mundo.Possivelmente vendo se alguém consegue me encontrar,ou se alguém esta disponível para me encontrar.Nada demais.
Eu bebo duas latas de cocas,e depois uma lata de Brahma,e depois um copo de conhaque.Eu estava descendo,descendo e vendo o nível máximo de amargura que uma bebida pode nos oferecer.Não tenho nada contra amarguras, e é por isso que eu gosto do conhaque.O problema da amargura é se ela é aquele tipo de amargura apática.Por exemplo:a minha mãe esta amarga comigo,porém ela fica o dia inteiro sem falar comigo e nem olhar da minha cara.Apática,vazia como vidro,frágil.Eu prefiro o conhaque do que a minha mãe.È mais fácil de se conviver,e é um tipo de amargura mais favorável,pois pelo menos é um amargura que da êxtase e adrenalina.O conhaque vai até a minha garganta e queima o meu peito inteiro,porem parece que ele faz eu me sentir mais livre,mais leve,mais manso.È uma sensação gostosa,e incrível,como levar um soco de um Ali e depois levar uma massagem de uma puta gostosa.

Depois eu pedi mais um copo de conhaque,e veio aquele bebum de sempre.O nome dele é José,e ele é um bebum.Só isso que posso dizer.O mundo esta cheio de suicidas,homicidas,pedofilos,estupradores,escravos,empregados,políticos,policiais,mendigos e bêbados.Ele é um bêbado.Mas um bêbado chato.Ele fica do meio do bar cantando Beatles e pedindo pinga.Ele é tão chato que eu pago pra ele,e ele fica feliz.

Depois toca uma musica,uma musica do radio.Capital Inicial.Detesto essa banda.Porém aparece a dona Clenilda dançando ouvindo a musica.Acho que o nome da musica é “Nastácia”.Umas das musicas mais idiotas do mundo.Porém a Clenilda gosta nessa musica.Ela me pediu pra eu dançar,mas não aceitei,apenas pedi mais um copo de conhaque.

O atendente deu,olhou pra mim com uma certo nojo e voltou a limpar o balcão.Eu não me importei,era apenas mais um infeliz do mundo.Sim, o mundo também esta cheio de gente infeliz,e eu faço parte delas...

Olhando da rua a frente do bar,uma rua vazia onde só passa caminhões,eu pensei o que me faz infeliz.Eu pensei em varias coisas,mas pensei um pouco da Caroline.Caroline foi embora.Se ela não fosse pro Rio,ela estaria aqui,conversando comigo.
Ela falaria sobre Freud,e depois sobre Karl Max.Ninguém suportava os papos dela,só eu.Mas ela era uma garota legal,era uma mulher legal.
Quando a Caroline ficava triste,ela ia até mim.Agora ela deve estar do rio,indo atrás de outro idiota.
Ela era bonita,genuína,inteligente,e ao mesmo tempo sozinha.Tinha medo do escuro,tinha medo da chuva,do bicho papão e do Hitler.
Ela achava que o Hitler ia voltar.

Enfim...
Ela era um boa companhia,e isso é difícil do mundo de hoje.

Mas sabe...essa coisa é bonita,e as vezes trata-se de um fato universal que as vezes esquecemos.Acho que essa dor,esse descompasso,essa coisa de sentir saudade,e essa tristeza que Caroline e eu sentimos...bom...é meio obvio...apesar de que as vezes parece que o mundo esquece,mas é algo universal.

O Bar esta cheio de pessoas assim.Acho que os bares estão cheio de pessoas cansadas,cansadas de alguma coisa.Cansadas do mundo,da rigidez da rotina,das consideradas obrigações que alguém falou que devemos fazer,dos mil chefes chatos ,dos mil lideres pacifistas,das milhares de possibilidades de fim do mundo,dos evolucionistas,dos criacionistas,dos debates públicos e tudo mais. Cansados e solitários.Perdidos do mundo,devorando as vezes beiradas de um prato como única forma de sobreviver.


Tanto a Clenilda,tanto o bêbado,o balconista mal humorado,e eu...somos figuras cansadas e perdidas.Perdidas completamente...


As vezes eu fico tão perdido que eu tento escrever sobre a crise da minha família,ou sobre a falta que sinto da Caroline,ou sobre o quanto me sinto mal vendo o mundo girar,ou sobre viver uma tarde do bar.Mas a perdição é tão grande que eu erro tudo.Inauguro a arte do errante,a bala mirada do cego,o mijo proferido por Zeus,o esperma desperdiçado do cachorro castro e entre outras coisas. As vezes eu erro as silabas,coloco as virgulas dos lugares errados,confundo o passado com o presente,termino com o começo e começo do fim da historia,digo coisas que não faz mais sentindo nem pra mim e nem sei nem como terminar o texto...

Apenas ficando aqui,esperando alguma coisa minha querida SP.Alguma historia,alguma desistência .Algum beijo,ou proferir algum beijo a alguém.Rezar com os suicidas,dançar com as aranhas,dormir com os insones,declarar guerra ao mundo,fugir do sistema e entre outras coisas...