Death.

Forte

Rápido

Como uma bala

Eu voava em sua direção

Chorava do seu leito

Beijava o teu seio

Forte

Rápido

Como uma bala

As chuvas são transparentes em sua doçura

Por mais que a amargura

Pudesse oferecer algo

Forte

Rápido

Como uma bala

Ela,com os seus olhos cinzas gosta de me olhar

Ouve a minha voz com suavidade

Mas tem o ronco de um triste tigre…

E eu vejo

O reflexo

Que os amantes escondem  quando tudo acaba

Ouço bem

Um grito

Invadido a escuridão quando as trevas surgem

E do fim

O noturno silêncio

Que ousa rasgar as palavras,gritar para os surdos

e matar todos os ratos e os homens.

Ausência.

O copo esta vazio
Enquanto a pia esta cheia de lixo.

O gato mia
A puta finge que esta gozando
E eu fujo do meu quarto,como uma criança.


Do fundo tenho medo da luz
Assim como tenho medo da esperança.

Mas a doença se espalha
O meu corpo fica dolorido
E eu choro lágrimas de sangue enquanto o sol não se pôs.

E a  ausência come os meus ossos
Os meus olhos 
E o meu rosto


E não resta nada
A não ser engolir esse pedaço de flores mortas,misturada com a típica solidão de andar por ai
Sem se encaixar em nenhum lugar.

O mundo.

O meu pesadelo é  que as pessoas olham pra mim  do mesmo jeito que eu olho pra elas

Todos eles,com seus rostos anônimos,sendo escondido pelas noites de sobriedade
E sendo tristemente festejado entre as noites de pura bebedeira...


O meu pesadelo é a forma como eu vejo o mundo,e a forma como vejo  o teu corpo.

A tua nudez clássica,pedindo pra ser fodida mais uma vez
E se masturbando com as gotas do vinho...

E eu te beijo
Te fodo
Me confundo no meio nesse mar de lama e de vinho
E do final da noite,a cama esta vazia
O meu corpo esta nu
O meu espelho esta quebrado
E terei que esperar mais um pesadelo.

Êxito.

Ela montou,e montou.Rebolou aquela linda bunda.Eu vi aquele rosto.O rosto estava se contorcendo,mostrando-se uma luta sendo travada.A minha máquina ainda estava fluindo,e eu achava que ainda tinha alguma coisa a dizer nesse mundo…

De alguma forma,o gato mia,ele chega longe,corre em direção da janela.Não tem medo de uma chuva,e ela não tem medo do meu corpo.O suor descia do seu rosto,ainda se movimentava.Tinha algo dentro nela….

Do canto no quarto,existe a cruz.Tento não acreditar nele.Prefiro a Patti Smith.Eu queria morrer com os meus pecados,queria morrer com os meus erros.Ela ainda montava.A cama era forte.Eu ainda era forte,ela não desistia.

A rua principal ainda respirava uma triste neblina,dos telhados vejo pombos morrerem de amor,e de alguma forma toco no seio daquela mulher.Esqueço o nome dela,pretendia esquecer o meu próprio nome.E o sexo ainda existia…

E agora acordo.

E penso nisso,sempre penso nisso.Até mesmo quando acordo.De alguma forma,ela mordou os próprios lábios, e sempre ia embora depois de meia noite.Sinto a voz de David e os seus acordes tristonhos,mas isso meio que não fazia sentido,mesmo se era um sonho ou não.

Pois sinto essa doença vindo do meu corpo,sinto essa melancolia  de rasgar a lista telefônica e os arrependimentos que guardei para falar com o padre.

Não paguei pelos meus pecados,que foi não fazer nada.Não paguei pelo meu erro,de tentar viver e não conseguir ter nenhum tipo de êxito.