quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Que vai pro inferno!






Que vai pro inferno!
Todas essas pessoas!
Todos esses dilemas
E historias esquecidas!         

Que vai pro inferno
Todos os falsos abraços!
Todas as frases dissonantes
Batendo em porta e porta!

Que vai pro inferno
A pessoa que ousou vir aqui
A criatura que ousou tocar do meus braços
E roubar(por um duro instante)as melodias dos meus tristes e solitários lábios...
Fazendo eu ser (novamente) o escravo do amor.





segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Mais uma.



Mais uma louca
Mais uma puta
Mais uma dose.

Mais ume fria
Mais uma cama
Fedida
a punheta
Num dia triste ensoralado.


Mais um mendigo
Passando da mesma rua
Mais um gato
Em cima dos meus telhados.

E você
É só mais uma
Entre outras.

E eu
Sou mais um
Entre outros.


Mais um homem
Que se veste e atua como fantasma
Tentando ver um sentindo inerente
De tentar viver numa cidade
Onde viver é essencialmente  sofrer.



quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Oh Sim


Sim,nades como uma sereia
E corteja a lua como uma boa dama.


As horas já se passam
O teu seio já se torna livre
E os teus lábios já tem a cor da neve
Para que eu a esqueça do anoitecer da melancolia...

Oh sim
Oh sim
Esse é o sentimento
Oh sim
Oh sim
Esse é o sentimento

Sim,chores com a cidade
E deixa belo(apenas por um dia) a dura honestidade.


A carne já se torna alvo
Das mil pedras lançada do vento
O trovão anuncia em tom firme o apocalipse
Para que eu veja o teu corpo se partir com a espada dos Deuses.




Oh sim
Oh sim
Esse é o sentimento
Oh sim
Oh sim
Esse é o sentimento


Hum,então é de sedas o teu vestido
E é de intima e nua cor a fragilidade de teus olhos

Pra quê adormecer agora doce outono
Enquanto o  Deus do veneno sopra  a melodia pro vento}

Sim,e ágoras não  há pronunciamento
e  tão pouco o vento profere um discurso
Só há o teu corpo dançando e se movendo
em uma direção que as flores melancólicas ousam cantar.


Oh sim
Oh sim
Esse é o sentimento
Oh sim
Oh sim

Esse é o sentimento 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Alguns dias (ou algumas horas)




Eu vejo a noite aparecer timidamente perante os meus olhos.Eu olho pra minhas ruas.Das ruas que vivi por um bom tempo:as ruas de Emerlino Matarazzo.Tudo esta vazio,apesar de que se trata de um sábado noturno.As pessoas não estão aqui,a cena não esta acontecendo.So possui aqueles típicos bêbados,que ficam andando por ai sem nenhum destino,apenas achando(talvez) um lugar pra ficar e esperar a morte.

Sinceramente,não me sinto que estou distante deles.

De alguma forma,estamos todos esperando a morte.Do fundo da alma,criamos esse sistema.Criamos a magnitude da burocracia.Criamos mil motivos para ter filas,números,senhas,documentos,mandatos de registros,etc.Procuramos mil motivos para desperdiçar o tempo.Talvez não sabemos o que fazer com ele,e deve ser por isso que a desperdiçamos.
Não podemos abraçar,ou beijar alguém da rua.Não podemos chorar,pois o choro é um ato tão solitário que dói a alma.Não podemos lutar contra os Leões,pois ninguém nos ensinou a lutar contra os Leões.

As escolas não falam sobre o processo de envelhecer,de morrer,de consumir venenos,e de pensar(de vez em quando) em suicídio.Não falavam como um ser humano enlouquece,e pouco falam sobre como funciona o mundo selvagem.

Parece que eu aprendi nessas ruas de Emerlino mais do que eu aprendi das escolas.Eu aprendi a me desiludir,a chorar como homem,a rir como uma criança boba,e ter noites como essa,onde eu ando como um bêbado sem casa.

Vendo a lua cair sobre os prédios,e rezando pra chuva chegar para esfriar o meu corpo quente e doente.
De alguma forma,eu me sinto doente.Me sinto doente demais.
Talvez eu tenha uma doença incurável que não dá pra recuperar.Talvez eu tenha que desistir de tudo,de tentar ser algo,de ser o que sou,e tudo mais.Talvez eu tenha que me isolar do meio do mato,com apenas uma janela pra ver o mundo selvagem e até desaprender o afalbeto pra me recriar...
Mas por hora,eu só estou aqui,matando o meu tempo,celebrando os meus inimigos,e vendo o motivo de o palhaço de São Miguel rir com tanto desdém.








sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Alguns momentos





Ela  pegava um cigarro,acendia ele  e olhava pra mim.Sim,me olhava com aqueles olhos azuis grandes.E eu apenas tentava ler o meu livro,tentando disfarçar que eu sentia alguma coisa.

A neblina da manha aparecia, o silencio reinava do local.Mas Deus...tudo era tão bom,tão sossegado,e tão harmonioso.Ela sorria pra mim,um sorriso pequeno, porém cheio de flores plantadas da primavera,e eu tentava me conter,apesar de que eu ficava vermelho.Ela percebia a minha timidez,ria com certa ingenuidade ,e deixava eu com a minha timidez.


Não sei porque,mas eu sempre penso nessa pequena cena.Sempre penso dos segundos marcantes daquele momento.Sempre penso da eternidade dos momentos.
Talvez eu esteja ficando sentimental demais,ou talvez eu esteja ficando nostálgico demais.Pois aquilo era mágico demais,e as vezes fazia(por incrível que pareça)a vida ter um pouco de sentido.

Sim,você e o seu cigarro,olhando pra mim sem parar,enquanto eu tentava disfarçar a minha timidez...essa é  a imagem que eu nunca vou esquecer...