quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Existe.





Existe esse nada  que ousa nos prender


Uma chama azul que chama uma noite de fúria
ou uma tempestade de beijos.


Existe esse nada que nos separa

Uma rua em seus quadris duros que perco o destino
que o bom marinheiro quis me mostrar


Existe esse nada que me impede de viver.

Mas crio um mundo dentro do meu cobertor fino
em que o amor pode nos oferecer(por hora) uma lambida para nos sarar.


Mas no fim,existe esse nada

Uma flor nua em sua mortalidade enquanto a finitude mostra a outra nudez
que o mundo nas sombras ousa esconder.


Existe esse espelho quebrado
o frasco vazio
o maço cheio de cigarros amassados
e uma lágrima se decompondo no mar de chuvas...

Existe apenas isso
mas isso não quer dizer nada
assim como os meus lábios
cheio de sangue e de sede.



Alguém disse.




Na sombra de uma falsa memória
vejo o neblina que a  madrugada guarda

Mas veja,não há nada demais
pois a caixa de pandora foi aberta.


Os deuses tem os seus jogos
e a ausência deles é a brincadeira principal

O mar ( com o tempo)revela-se amante do tempo
mas agora vejo isso com um olhar amargo.


Pois alguém disse sobre felicidade
alguém disse sobre achar a tal esperança...

No fundo,sempre caio
vejo uma terra estrangeira
e crio delirios infinitos se sofriveis

Pois do fundo somos todos trágicos
e não existe uma real salvação.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A vida nunca teve sentido.


A vida nunca teve  sentido
Nunca teve.


Você pode ler os teus livros de auto- ajudas
Pode namorar com inúmeras mulheres
Mas não vai fugir disso.

A vida nunca teve um sentido.

Nascemos
Vivemos
E Depois morremos.

Durante todo o processo
Sentimos acolhidos em um mundo assustador
Grande
Onde parece que  estamos vivendo numa novela escrita por um tolo
Que possui apenas som e fúria
Mas que não deve ter um motivo claro.

A vida nunca teve sentido
E nunca vai ter.

Você pode aparecer aqui
Com o seu vinho
Com a sua noite estrelar

Pode dizer isso pra mim
nos meus ouvidos...


Ai talvez,do meio de tanto som e fúria
Eu posso ter algum tipo de prazer  de que
Esse  mundo não tem sentido .








sábado, 11 de agosto de 2018

Acidente.


O carro bateu
No meio da madrugada.


Os meus olhos ainda estão vendo
Apesar de que tudo esta tão claro


Mas eu ainda sinto o aroma de esgoto
E de diesel
Como se esses tipos de perfumes faz parte de minha alma.

Eu ainda sinto o meu coração
Não pulsar
Nem mesmo quando a morte aparece
Para dar um olá.


O carro bateu
no meio da madrugada.

Mas eu ainda sinto o gosto de veneno da minha boca
E de suicídio
Como se esses tipos de perfumes faz parte de minha alma
O sol ainda não apareceu
O terminal ainda não abriu
E a melancolia ainda não morreu.


Eu penso do meu pai
 Da Minha mãe
E de todas as coisas que eu passei e não passei...


E vejo novamente você sair do circo
Usando roupas pretas
E olhando pra mim com tanto desdém.


E do fim
Vejo que ainda sou uma criança
Aprendendo a amarrar os cadarços
E tentando dormir do meio da escuridão


Mesmo que eu me exploda em mil pedaços
Eu ainda quero tentar dormir do meio da escuridão.


No meio do sangue
Na lágrima
Na merda escorrida
E do fogo banido


A minha pele pode se cuidar
Com os restos de cinzas do mundo
E a fênix pode se erguir
Para bem longe.


Trata-se só de mais um delírio
Ou mais de alguns fragmentos violentos

Como se eu levasse uma topada
Ou como se  eu fosse um cachorro raivoso sem os dentes
Tentando machucar o dono,mas que consegue apenas machucar a si mesmo

E ninguém mais. 

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O outro lado.



Sempre existe o outro lado
Que fica preso nas gotas de tuas lágrimas


Entrando,e saindo por essas ruas
Sem ter nenhum tipo de consciência

Sempre existe o outro lado
Que apenas vê a tua nudez fluir


Beijando os pedacinhos do seu corpo
Enquanto o mundo ainda é um lugar triste…



Do rádio,eu aindo ouço a voz do Leonard Cohen
Dizendo que todos nós somos criaturas solitárias.

Mas veja,sempre existe esse outro  lado
Que a chuva ousa molhar,que o fogo ousa queimar
Sempre existe esse outro lado
Que a tua faca gosta de cortar,que os palhaços gostam de chorar…

Sempre existe esse outro lado
Que você diz que ainda esta presente
Que você diz que ainda respira…


Eu apenas tento o domar
Colocar ele numa caixinha de metal
E mentir pra ele que tudo faz sentido
Até mesmo se  sentir ferido no meio da multidão

Até mesmo se sentir perdido dentro nas tuas memórias…


Baby,ainda existe esse outro lado
Mas ele dói demais
E me sinto doente demais pra falar sobre essas coisas.

Me sinto doente demais pra falar sobre o meu outro lado
Ou sobre esses dias solitários que nunca tem fim.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Uma Típica Tristeza.





As vezes,penso que um dia
em que eu fui esperto o suficiente


Pois antes eu preferia esquecer
do que lembrar


E esse cadáver morto
ainda pesa em minhas costas
quando ouso pensar dos meus sonhos


Uma voz feita de dogma
ainda chora sobre a luz do sol
se trancando em suas ilusões…


As vezes,penso que um dia
em que eu posso encontrar a felicidade novamente


Pois eu preferia viver
realmente mais uma vez

Só que essas correntes inquebráveis
não ousa ouvir e nem cantar
apenas ousa esquecer e nada mais…


As vezes,as vezes....
Penso da solidão….

As vezes,as vezes
As ruas me levam a uma imensidão…

As vezes,as vezes
A melancolia é um bem em vão…


As vezes,as vezes
A teu beijo cristalino tem um rumo em tuas mãos…


Mas sim,ainda existe isso:
Esse desejo feito de fogo
Esse orgulho fragmentado
e essa típica tristeza que tento fugir
mas que não consigo…

Pois do fundo,a minha melancolia sabe

que o homem é triste por natureza.