domingo, 14 de dezembro de 2014

Só vejo assim

Só vejo assim
Tão perto e tão longe as coisas que acontecem em mim
Como um soco que eu levei de um boxeador e me derrubou no duro chão
Um lixo jogado por mim entre os jovens das ruas
A merda de cachorro que eu pisei e limpei
As ruas onde estão as doces e loucas mulheres
Me levando a bons lugares e a lugares ruins
A multidão a qual pertenço
Os crimes que eu cometi
Os crimes que fizeram a mim

Os anjos vestidos de roupas, a se despir
Mendigos tragando últimos cigarros
Vendo belas mulheres de pequenos vestidos
E a cidade abre a sua carta postal
Com suspiros
Com temor
Com desesperança

Dê um beijo em um trem metálico à luz do amanhecer tardio
Indo tão longe....tão longe de mim
E pouca gente fala disso atualmente
Alguns apenas discutem grandes questões literárias, filosóficas e politicas
Evoluções
Satélites
Homem a lua

Mais poucos são os que falam de coisas como eu...e talvez como você
De vozes despedaçadas, fragrâncias de perfumes solitários
Fazendo um demente e triste uivo
Coisas solitárias que da louca magia da noite choram por todos sem nenhum motivo
Coisas que vejo acontecerem comigo mesmo

Mas sabendo que não acontecem apenas comigo

Nenhum comentário:

Postar um comentário