sábado, 20 de dezembro de 2014

Escolas

Bom o que dizer sobre as escolas?
Nesses últimos anos acabei de sair dela e, a maioria dos idiotas que estudavam comigo sempre falavam com o tom melodramático e nostálgico que sentem saudades de estudar na escola e tudo mais. Na maioria das vezes eu mandava o cara enfiar a nostalgia nele no cu, apesar de nesses tempos eu ter tentado  reencontrar alguns velhos amigos perguntado onde se meteram aquela gente toda, que a gente tinha que conviver. Alguns junto comigo estavam bem fodidos e com vidas que estão longe de serem consideradas boa. Outros estão com empregos comuns e banais e começando a concepção de ter filhos e uma mulher para ter como escrava de casa e do sexo. Coisas desse tipo. A maioria era isso, pessoas sendo pessoas, como qualquer outra, com a merda em suas cabeças, como qualquer outra verdade e que, independentemente da vida que leva,  não vai fazer nenhuma diferença para o Brasil e pro mundo. Ai eu realmente me pergunto o que a escola me fez de ser, algo tao bom, talvez nada, talvez com objetivos de muitos lugares que formam os seres humanos foi feito para que a gente se transforme num adulto chato, responsável e bundão. Eu com todos aqueles anos e tudo mais, preferia de maneira propositalmente imatura ser uma eterna criança, um peter pan... .uma pessoa que não cresce, e ficara que nem as outras. Isso me faz ate hoje ir a um psicólogo tentando entender o meu problema e tudo mais. Se eu tenho problemas eu não devo culpar ninguém além de mim mesmo, mas sinceramente a escola e esse mundo que a gente vive são bons lugares para uma pessoa ficar louco. Eu era uma merda total, sabe? Os professores, o coordenador, a diretora, os colegas, as meninas que estavam nem ai para você, e te trata como lixo, etc... Era um ambiente nem um pouco acolhedor, la você entrava nas salas e tudo mais e a sensação que eu tinha e que tudo que eu vivia era a mesma coisa de 50 anos atras. Nada na escola era novo, era uma venda de um mundo que pouco acolhia novidades, mesmo que tenha aulas de informatica, mesmo ensinando outras informações que são modernas, língua, simbolos, números, pontuações em contraste moderno e tudo mais, realmente a tecnologia avançou, mas na escola tinha a sensação da venda de um velho mundo com os mesmos tipos de ensinamentos, e com os mesmos tipos de pessoas .Tudo era controlado e feito em algo que era colocado como santidade: a moral do que é certo e do que é errado, do que vc tem e não tem que fazer, e isso não era aplicado apenas pelos professores, mais pelos nossos pais, nossos adultos, nossos futuros trabalhos e a escola era a base que tonha isso, a moral sempre e importante. Sobre nos os alunos bom sempre tinha panelinhas e coisas do tipo, pra mim era grande idiotice, mas do final das contas era difícil dizer como era a nossa situação, muitos alunos eram grandes idiotas, não era rebelde por não querer estudar ou coisa do tipo, eram mimados coisa que a nossa geração e bastante,eu e kawam, lucas e vitor eramos desajustados daquele ambiente, não sentíamos parte naquilo e os colegas e os professores sempre nos olhavam como pessoas estranhas. O máximo que achava que a gente podia ser quando adulto era ser alguma especie de louco, de bandido ou uma especie de assassino que entrara da escola com uma arma atirando em todo mundo, porque realmente a gente tinha raiva de tudo isso. Mas era difícil dizer como definia a nossa situação, devo lhe dizer que do final de contas estávamos bastante entediados, sabe? Não adianta, os professores nos mandavam para a gente ler as mesmas coisas de antes, mandava a gente ler Machado de Assis, Graciliano Ramos, poetas como Vinicius de Moraes e seu versos pretensiosos, coisas de Carlo Drumond, Azevedo eu gostava da escrita dele pois parecia irônico, triste e rebelde, musica sempre era bossa nova dificilmente falava de rock,tinha aluns professores que eu tinha amizade e gostava de rock mais o rock não e algo que coloca muito como ensinamento, se colocam e de uma maneira bem superficial,eu não estou falando que esse artistas eram e si ruins, mas a estética de muito que a escola considera arte eles colocam de uma punheta tao pseudo intelecto que se transforma algo chato,e pior: você não pode questionar. Ate hoje de minha vida pessoas olham pra mim e falam: "você e tao burro nicolas", por questionar certas coisas, da escola era essa merda toda,e eu era um belíssimo pedaço de nada atômico e ate hoje eu sou, eu tentei participar do conselho e debates intelectuais da escola mas, eu sempre achava aquilo besta,as pessoas eram idiotas demais da minha concepção,era uma racionalidade e conformidade incrível,da escola acredito que eu comecei a detestar as pessoas,eu só queria estar longe nisso tudo,as coisas boas era a revista da play boy que o lucas (o maior fornecedor de coisas pornos)  trazia e um binóculos, que a gente usava para olhar de perto a bunda de garotas com corpo de mulher, garotas da escola pareciam deusas, vagina era a coisa mais misteriosa da adolescência, mas as garotas eram cruéis demais, quem sofria mais era eu e vitor, eramos desprezados por elas, achava que a gente era uma especie gosmenta de alienígena, vitor alias, ele sofria muito com o passar do tempo, ele queria namorar, pegar alguém, na verdade ele queria ser encaixar naquele ambiente,queria ser descolado,eu do passar do tempo estava tao revoltado com todos que não queria ser nada que se encaixava ,eu aceitei que eu era um marginalizado ,comecei a embelezar a minha feiura, eu detestava todas pessoas e muita gente começou a desconfiar que eu tivesse ataque de fúria ou coisa do tipo, eu começava a maltratar todo mundo e tinha me desiludido com as garotas,talvez eu poderia ter namorado mas, eu fui rude demais com elas e tudo mais, as coisas estavam tensas. Eu brigava muito e sinceramente era a coisa mais legal da escola,eu brigava com muita gente,mais com todas elas era uma sensação estranha de cumplicidade,sobre isso tenho muitas historias mas o que comoveu foi o ultimo ano do aguiar, eu não ia pro baile ou merda parecida,a minha ultima aula foi de recuperação,eu ja me despedi de vitor, kawan e de lucas,prometemos entrar em contato isso não aconteceu e com o tempo a gente não se fala mais ,minha ultima aula foi de recuperação,e quem ficou de recuperação da minha sala fui eu e andre. Ficamos de recuperação em matemática e geografia, a questão e que não gostava do andre, a gente já brigou varias vezes,ele tinha a maria a garota mais bonita da escola e talvez do bairro de São Miguel, a gente ficou da mesma sala,as aulas a gente só xingava um ao outro, da ultima aula de recuperação tinha a prova final. Tenso a prova de matemática, a professora saiu da sala pra beber cafe e la estava nos dois,olhando olho a olho e saímos na porrada, só que foi tão violenta que não consigo dizer como foi, parece luta de vira lata louco, só que depois a gente estava caindo e nos espancando no chão, ele estava em cima de min me dando soco, minha cara estava um pouco fodida, mas ele parou e olhou pra mim com seus olhos vermelhos, a professora apareceu e nos interrompeu, fomos pra diretoria com a dona marta com seu discurso moral e tudo mais,ela realmente parecia uma velha mal comida que nem a mãe dela (a fundadora do Aguiar), e as tetas já estava caindo, do final das contas nossos pais foram buscar nos dois, na prova a gente foi bem apesar da briga, estávamos la na sala da diretoria e não falamos nada, mas andre olhou pra mim e disse "desculpe Nicolas eu sempre te tratei mal, mas a culpa era minha,você parece um cara estranho e sei la", eu disse "tudo bem Andre" mais ele terminou "não sei algo ta errado, a gente nunca vai ser amigos, mas não somos inimigos, porque a gente estava brigando?", eu disse "não sei, estamos putos, sabe?", ele com olhar de tristeza diz "sim...mais lembre-se Nicolas...o inimigo é outro, o inimigo é o outro". O meu pai chegou e nos cumprimentamos e meu pai abriu querendo saber o que aconteceu, eu contei a historia toda e tudo mais, mas eu não estava ouvindo o que eu falava e nem o que meu pai falava, aquela frase ficou da minha cabeça: "o inimigo é o outro...o inimigo é o outro", aquilo me marcou de uma forma difícil de dizer. Quem era o inimigo? A escola? O governo? Não...o sistema inteiro, as pessoas todas, a moral, o que ensinamos?Será nos mesmos os nossos maiores inimigos?Percebi que com o tempo era isso que eu queria ...eu queria entrar em batalha e buscar e namorar esse tal inimigo,mesmo que isso acabe me matando. Talvez isso seja uma das coisas que eu vi e queria combater da escola, mas não sabia como... so me deixou instigado, e acho que se eu faço poemas e pego a minha guitarra pra cantar isso é, de alguma forma, entrar em guerra, em batalha, foder, se estranhar, lutar com outros, com si mesmo,principalmente contra si mesmo.Talvez nessa historia percebo que o maior errante era eu,não por ser estranho,por não querer se encaixar,mais por brigar com pessoas que estavam com tanto medo e raiva quanto eu,mais esta a moral:somos apenas lutadores de boxe num ringue.
Pois a gente brigava,lutava contra nos mesmos,e não sabemos realmente porque de tudo isso.
Eu nunca soube,talvez estávamos bastante confusos e cheio de duvidas.
Percebo agora que eramos da mesmas geração,com os temores nos roendo e com as duvida do futuro.
Sem saber o que fazer com brasil e com as nossas vidas.
Sim,nossas vidas,talvez seja a unica coisa que importa.
Isso realmente devo para a escola.

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