segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Magia da Morte(parte 18)






Eu e as estrelas.

Vi um  homem  falando que são donos de estrelas, sim das estrelas, grandes complexas estrelas. 
Ele morreu sozinho à noite, e se tornou mais umas das estrelas.

Acho que falei demais sobre tristeza, carnificina, coisas horríveis que acontece.

Eu sinceramente não queria isso, o mundo esta acabando nesse exato momento e devo ter alguma redenção, pode parecer um clichê mas é verdade: A morte não é ruim, nunca foi.
Só que ela doía perda... a perda sempre dói.

Eu penso se eu vivi ou tratei bem as pessoas da qual eu amo e que agora se foram, se tornaram estrelas explodindo e deixando marcas de minha vida.



Eu me lembro de você Ana Maria, amor de minha infância, você morreu dez anos atrás, você tinha um sorriso angelical, e sempre dava esse sorriso para qualquer pessoa nesse mundo. Agora você é mais umas das estrelas longes e mesmo assim perto de mim.


Eu me lembro de você Sr Paulo Mendezes, professor de filosofia. Você falava que não importa o que Aristóteles, Sócrates, Platão, Nietzsche falava e sim o que a gente pode falar nesse exato momento. Você morreu 5 anos atrás, sinto saudade do senhor.


Eu lembro de você minha queria Vô Esmeralda.A senhora sempre fazia um delicioso bolo de cenoura e contava historias engraçadíssimas e tocantes sobre a sua adolecencia.A senhora morreu 15 anos atrás.Você se tornou uma velha e querida estrela de minha vida.


Eu lembro de você Madona,minha primeira cachorrinha.Eu tratava você como se fosse a minha irma,a irma que eu nunca tive.Sempre energética,carinhosa,e brincalhona .Você se tornou uma estrela também.


E agora você também Carlos.25 anos.Amigo de infância,estava dos meus piores e melhores momentos,assim como eu estava dos seus melhores e piores momentos.Ele morreu meses atrás e já se tornou uma estrela.


Tem mais pessoas,só que a lista é longa demais.Tem algumas estrelas que não explodiram ainda,mais que sumiram ou foram embora de minha rotina.


Eu,criatura moderna achando que podia mandar das estrelas,sou apenas um observador e um coadjuvante nesses fatos e pessoas queridas que participaram de minha vida.

Eu apenas carrego elas,a suas gigantescas perdas e fatalidades,as suas mortalidades,e assim como os amores que elas tinham. 

Elas estão dentro de mim,e espero que isso seja um clichê bem formado e delicioso.

Só resta brindar,só resta brindar,somos velhos amigos,velhos companheiros,velhos viajantes...
Nadando nessa mare assustadora, nessa magia assustadora, nessa vida assustadora, terminando com essa morte mística, brutal e ao mesmo tempo delicada.
Só resta viver esses dias, e brindar tudo que passa... e tudo que já se foi...

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