segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Um bom dia (Cruz e Espada)









A princesa me espera da varanda,dentro de sua casa,completamente sozinha e desesperada.
Perto da praia,Avenida Flamingo dos Santos 62,Vila Almeida,RJ.
Como eu sei?ela me mandou uma mensagem do Bar do Marco,quando eu bebia o drinque,eu fiquei olhando as pernas nela,e ela foi embora,e o garçom me deu um papel escrito"Pobre garoto anonimo,estranha criatura que me observava as minhas pernas enquanto eu bebia.Você quer algo comigo?Ok Baby,venha da Avenida Flamingo dos Santos 62,em Vila Almeida,o seu bairro...sim...e vai até a varanda daqui uma hora,estarei te esperando".
Hoje é 16 de Novembro,dia qualquer,eu e a minha bebida amarga rezando para que uma boa mulher gelada que nem ela me fizesse sentir algo grandioso,pois ela é uma loira com peitos grandes  e pernas grossas usando um vestido vermelho. É difícil dizer que é um dia comum,é como ganhar da loteria.

Fui até a casa nela ,e quando cheguei lá a porta estava aberta,ela estava sim me esperando.Eu achei estranho do começo essa questão de porta aberta,nunca se sabe,qualquer estuprador  poderia entrar na casa nela e tirar todo aquele vestido vermelho,ia fazer uma boa festa.Parece que a mulher é meio ingenua,ou talvez queria mesmo que alguém comesse ela.Vale constar que a casa é chique,ou então assim dizendo é bem bonita para os padrões do nosso bairro:Por fora é toda branca,cheia de cerquinhas em volta,e por dentro  possui uma sala gigantesca,TV de 36 polegadas,e as paredes pintadas de vermelho e branco,cores nítidas e agressivas.Eu tentei achar ela,ela grita alto"Estou aqui,da Varanda,olhe pra frente " e vejo ela me olhando.Como eu não vi?A varando é em frente da sala,bloqueada por uma porta de vidro gigantesco  e tudo mais...

Eu fui até ela,abri a porta de vidro e ela do nada começou a tirar o vestido vermelho,tirou com uma felicidade nata e com uma velocidade da qual  eu não consegui acompanhar.O vestido estava do chão e vejo os seus peitos grandes,e sua vagina que parece doce como flor.Eu permaneço parado,pois ela tinha uma bunda grande (e cheio de celulite)...é bem bonita.Ela apenas me encarou com os seus olhos castanhos e disse"Vai logo pobre estranho,não tenho o dia inteiro...ou talvez eu tenha".A gente fez sexo da varanda,perto do pequeno jardim e algumas roupas jogadas por acaso e outras penduradas.

A delicadeza....da doce primavera.

A delicadeza...e brutalidade,todas elas dançando como bailarinas apaixonadas.

Ela é criança.

Ela é uma tola.
Burra.
Tonta.
Vadia.
Gostosa de curvas gratuitas.
E possui a triste e suculenta noticia de pegar as flores,e colocar dos seus cabelos e deixa sozinho as flores secas e mortas.

Secas e mortas,vulgar e  incorreta.Como um espelho,ou uma barata metáfora.

Não falamos nada,ficamos lá por um bom tempo e tudo durou para sempre.


Era um dia qualquer,dias de crianças do Vietnã  nuas  correndo depois que o exercito americano jogou bombas do seu vilarejo,dias da qual o rosto de Joana D'Arck se derrete como cera,dias da qual os vira-latas vomitam em frente de sua casa.Você sente uma dor,silenciosa,aguçada,delicada,bruta,possivelmente eterna.

E tudo que passou antes parece uma ponografia  de pessoas pobres e miseráveis,parece um atestado de um futuro crime.Um crime desconhecido,mais possível de acontecer.

Mais esquece Baby,foi um bom dia....foi um bom dia...


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