segunda-feira, 28 de abril de 2014

A maçã da ultima tempestade fria

Eu visitei a minha cidade são paulo e ela esta morta,parece que foi uma tempestade louca que matou todos
Corpos nús derretidos sobre o holocausto...solitários gritos sem vozes sobre a cidade morta
Lembro que aqui tinha estatuas com expressões felizes e a ponte que era perto de um rio secreto do meu bairro
A cachoeira entre as pedras nuas se refletia sobre o sol ...fazendo um belo arco iris suave e quente sobre as pernas  daquelas garotas e garotos
Tinhas peixes,beija flores,folhas e arvores com mais de 60 anos de existência

Agora vejo essas raízes que não expressam nenhum suor por causa da frieza
Vejo jardins e jardins de campos mortos
O céu era escuro o tempo inteiro e quando aparece o sol é uma tristeza profunda
Pois aquela luz que refletia sobre as águas e pessoas...não ilumina mais nada ...não salva mais nada...apenas deixa  mais a mostra as sombras nesses mortos

Tudo morto ..homens,mulheres,crianças,arvores e rosas,prédios caídos e praças desconstruídos,unica coisa que sobreviveu foi uma maçã
Apenas ela...do chão,do meio da rua de mortos ...apenas ela
Eu peguei ela e vi que ela foi meio mordida...os sulcos saindo como lagrimas de ver tudo isso ,sugado pelo lado sombrio do caos...mais ela ainda esta lá,simplesmente sobreviveu
Mais ela uma semana atrás podia ser aquela maçã  ,aquela maçã comum
Aquela que podia comprar em uma feira,aquela que podia estar num lábios de uma criança  brincando do parque com aquela sabedoria que só as crianças tem
Aquela maçã que te dava um pouco de vida

Ela nascia do paraíso falido de  de concreto,mais não era do éden,não era de arvores proibidas ,era vitima do ruídos de um monstro sem nome,o caos da rotina que se leva pro outro caos humano
Assim como a face de um cadáver sobre as mãos de Hamlet dele refletindo sobre o homem da terra eu estou com essa maçã
Sinto que eu e essa maçã devíamos estar aqui..nessa maneira  pouco usual e meio triste
Desde que não tinha simplesmente nada  e depois nascia os universos,as galaxias e depois o  planeta terra
Os rios...os mares e as forma de vida
A terra fervendo com fúria concentrada  e fazendo todas as formas de viver
E depois historias e historias de caos,de morte  e holocausto
Agora esta eu e essa maçã,uma maçã que era doce e agora meio mordido e frio
Ela esta simplesmente aqui  dos jardins de campos mortos e do espelho da decadência humana
Mais do final de contas era apenas uma tola e qualquer maçã
Não é destino e nem Deus colocou ela aqui
São apenas explosões de perfumes do atos de coincidências que esse mundo roda
Uma adaga bem profunda,um beijo da medula morta,um dente cheio de sangue,o som de uma musica e a lua sem ficar em transe
Uma luz cinza ...que é nada mais filha de uma escuridão dos tempos,de uma tempestade longa e fria
Eu e essa maçã...somos os filhos nela




Nenhum comentário:

Postar um comentário