sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mortos.






Os mortos
Eles estão por ai cara.

Mortos
pra caralho
andando entre todos os lugares.




Os rostos
são apáticos
e frágeis como vidro.

As vozes
são tristes
e monótonas pra cacete.


Até mesmo o sol
esta mal iluminado
e cinza.


Os prédios
As ruas
As cidades
As lojas de roupas
Os carros
Os tiros dos soldados
As melodias dos cantores MPB
Os bares das esquinas de São Miguel
O trem das 11,das 12 e das 13
As casas
As putas




E
eu até acho
que eu estou morto.


Morto o suficiente
pra viver.
Morto o suficiente
para suportar a dor.
Morto o suficiente
para amar.
Morto o suficiente
para terminar algo
que nem esse poema triste
e vazio.


Nenhum comentário:

Postar um comentário