quarta-feira, 13 de julho de 2016

Amor é que nem Deus:só alguns sentem






Com o passar do dia,eu apenas vivo dia a dia a fim de terminar as minhas tarefas despretensiosas e banais.Com o fim da noite só resta um cigarro,um livro qualquer de filosofia, e um pouco de rock.Aqui em casa eu penso do mundo,da vida e naturalmente da morte.

Eu  fui pro bar do fim da noite,em torno de dez da noite.É um dia de quarta feira ,e  o bar estava vazio.Eu comprei um refrigerante e vi o Senhor Manuel passar do bar e beber a sua querida cerveja.Ele veio até mim e sentou da mesma mesa,ele sabe que somos amigos,e naturalmente companheiros de bebida.Senhor Manuel possui 70 anos,é aposentado,velho e solitário,possui um rosto envelhecido e sábio,e olhos azuis,segundo o que ele falava,ele era um cavalheiro de primeira linha,e naturalmente um aristocrata educado e erudito.Os pais eram ricos,porem sofreram uma crise financeira do florescer da Adolescência,e o senhor Manuel tive que se virar e conseguiu um trabalho em uma farmácia do nosso bairro da qual trabalhou lá por boa parte de sua vida,ele era amigo intimo com o dono,porem quando o dono morreu e foi herdado pela filha.A primeira coisa que a garota fez foi demitir o velho Senhor Manuel,isso foi 7 anos atrás,e ele sempre conta essa historia,acredito que o deixou profundamente amargurado.Porem hoje ele mudou um pouco do tom,e se tornou em um senhor um pouco mais reflexivo e comovente.

Ele do começo da conversa bebeu tranquilamente a sua cerveja e falou com uma típica indagação que SP não pode ser considerada uma cidade da chuva.Já faz um bom tempo que não chove,e única coisa que permanece é o maldito calor.Depois de comentar sobre o clima da cidade,ele olhou de maneira profunda e silenciosa a rua Flamingo e viu passar algumas garotas doces com saias curtas e camisas apertadas,e eu naturalmente fiquei olhando pra garotas:elas com suas coxas brancas e nítidas,os seios grandes que parece que vai explodir,e os traseiros grande o suficiente para prender a atenção dos homens.Ele olhou pra mim e sabia que eu senti alguma espécie de atração,e disse que as garotas de hoje parecem putas.
“Desculpe o linguajar.Desculpe mesmo.Eu não costumo chamar as pessoas de putas.Mas acho que a minha afirmação não é perto da atual realidade.Ou elas são putas,ou elas se vestem como putas”

Eu apenas o confortei,dizendo que ele esta num bar,  e que poderia falar palavrão a vontade.

“Puta,caralho,porra,puta que me pariu,veado,chupa rola,vai tomar do cu.Viu senhor Manuel?Não é crime falar palavrão.”

Ele riu da minha cara e pediu outra cerveja e ficou um pouco mais sentimental.Ele falou das garotas,e como elas eram bonitas e vulgares,e falava que da época dele.

“Da minha época.Acredite...SP  era uma cidade melhor.Quando eu era jovem,as putas também eram sabe?Sim,sim pode rir.Bom pelo menos quando eu era jovem e  antes de meu pai perder todo dinheiro por causa de uma crise interna que a empresa dele sofreu.Os bordeis  perto do nosso bairro   Anael eram bordeis de primeira linha.Eu que agora estou com meus últimos momentos de vida já que estou velho pra cacete,posso lhe falar com sossego,e acredito que também não é crime você ir num bordel,desde que claro não tenha nenhuma criança do negocio,ai é crime.Mas então...daquela época,as putas eram mais decentes.Juro por deus,ela lia poemas do Dante,e tudo mais,e eram mulheres eruditas e educadas.Hoje em dia pra ser uma puta,você só precisa chupar varias rolas,dar o cu legal e ter um rabão,que nem essas jovens garotas que acabou de passar sobre o bar.E o amor...oh sim,o amor....”

Ele prolongou a ultima frase,o “amor”,prolongou tanto que parece que a língua ia se tornar uma estrada rodoviária.Ele ficou pausado,com um olhar de confusão.Depois de um minuto,o seus olham ficam melancólicos e vazios.

“Oh deus.Oh deus.Como eu posso dizer?Eu tentei cara.Tentei mesmo.Tentei amar,mas não consegui.E acredite:eu já transei com varias mulheres,as mais lindas do mundo.Mas não consegui amar.Nunca.Nunca.Nem mesmo quando meu pai morreu,eu senti uma tristeza estranha difícil de definir,mas eu aceitei,mas o amor...sempre foi estranho pra mim.Sempre.Sempre.EU nunca amei...”

Ele diz isso,e isso parte o meu coração.Ele quase chora,e me despede dizendo que esta tarde demais e vai embora,ficando do seu apartamento escuro e solitário.Não sei porque,o amor não esta pra todos,ou então alguns não conseguem sentir o amor.Foi um dia reflexivo,duro e um pouco senil. Lembrei dos meus amigos e namoradas.Lembrei de todas as fotos de amor tiradas,e todas rasgadas.Lembrei de todos os momentos,e que um dia,o mundo,o sol,as estrelas,e os planetas serão reduzidos ao sol.Não sei porque eu lembrei do que uma poetisa falou :Amor é que nem Deus.Alguns sentem a presença deles,e outros não.

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