quarta-feira, 11 de março de 2015

Para a namorada de Godard


Um dia qualquer,um dia realmente qualquer,vi você da lanchonete,do centro da cidade,fui até você e perguntei "você quer um cigarro?" e você olha com a sua cara de menina,maquiada de maneira simplória  mais pretensiosa,com saia vermelha curta e uma camisa do filme" Acossado",cabelos loiros e olhos azuis e diz "Não obrigada" fingindo não me conhecer.Talvez a culpa seja minha realmente,sou tão banal como qualquer outra pessoa nesse universo,tenho as minhas complexidades e confusões mentais , mais comparando a minha confusão  ao resto das coisas do mundo o que eu tenho de crise é banal,algo como você meu amor .
Qualquer besteira mesmo como as nossas existências e temores,eu um dia queria talvez ir do centro,arranjar algo como você,falar tão animosamente da literatura de Guimarães Rosas e   o quanto ele era genial mais estou cansado,realmente estou cansado.Sinceramente o que você fala não é nada,só queria tirar essa tua saia de criança e te fuder legal,corpos,orgias,rock´n roll...você sabe o que é isso?é tesão pela vida.nada mais .
A gente vai ser como nossos pais?discutimos tanto nesse mundo,pensávamos que íamos mudar o mundo mais parece que o mundo nos roubou.
O mundo nos roubou,ou talvez nos mesmos.
A verdade pura
Simples e real.
Sua ingenua boba,quantas vezes nos vimos aqueles malditos filmes?onde vemos uma personagem como você andando pela cidade de nova york onde  o diretor corta uma cena de maneira bem pretensiosa para mostrar -uma possível -metáfora -de toda- a existência juvenil- e os seus pseudos- sonhos poéticos -banais que ele  reproduziu por mais de 30 anos ,é um possível chamado de algo,mais  não é nada mais!e você nunca entendeu,só achou lega!,oh deus não sabe o quanto esta confusa.
Não sabe.
Não sabe o quanto o mundo esta confuso

Não é só o capitalismo,o empresario filho da puta,a coca cola cheio de urina,não é só as roupas ou coisa do tipo:é tudo!é o conservadorismo da direita e da esquerda,é o soldado  e a flor que me deixa puto,do Henry Ford ao babaca do Karl Max,os estudantes do Senai com sua ganancia ou os típicos universitários da USP com seu livrinho falando de Che guevara ou os discos dos mitos da Mpb que você adora ouvir ,os caras que toma pinga e os que toma cafezinho, e eu não faço parte de nada realmente.Sou apenas um cara que não tem pra onde cair morto,um tipico vagabundo marginal que anda pelas ruas sem saber pra onde vai,único amigo que eu tenho é essa caneta meio mordida,a chuva que me deixa cego quando molha os meus olhos,as dividas de aluguel que eu não paguei, e um blog de poesias toscas esquecido do mundo virtual e de comunicações,mais é isso aí:somos todos toscos,idiotas,animais,selvagens primatas,imperfeitos,só que você e o seu cigarro não sabe disso.
Agora os laços de amor,os discursos moralistas,as igrejas cheias de pastores,os manifestantes idiotas de sua bandeira do psol,o refrigerante que eu comprei,a bandeira do brasil que se diz "Ordem",o aluguel(novamente que não paguei)as revistas que mostra uma atriz com um corpo perfeito que eu nunca vou comer,as ironias e cinismo do povo burro brasileiro não me importa mais!realmente não me importa mais!
Quero fugir meu amor.
Quero fuder o meu amor.
Quero sangrar de tua dor.
Quero morrer de câncer ou de falta de sangue.
Não quero morrer da cama
Preferia morrer da guerra.
Cara a cara,
Cara a cara com o meu semelhante.
E ele me matou.
E a nossa geração se foi.
As nossas rosas era uma metáfora romântica brega.
As nossas palavras serão esquecidas das mesas de bar.
O jornal falara de nós com aquela hipocrisia.
E você ficara talvez um dia andando nua do seu quarto sem saber onde enviou a sua calcinha rosa velha.
Pintando os seus lábios de vermelhos,se olhando do espelho.
E esperando que um dia seja igual ao passado.
Mais a nossa geração se foi,como um peido,um vento que sopra em areias.
A mais uma de varias gerações que queria ser a diferente,a ultima.
E você não é mais nada.
Unica coisa que eu peço é que conserte ou mande alguém arrumar a maçaneta de meu apartamento.
E não precisamos mais nos ver.



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