domingo, 3 de fevereiro de 2013

Uma brisa que virou dor

Dizem que fui culpado  por matar o Papa.
Por ter queimado as estrelas da bandeira do Brasil.
Ter tirado a ordem do mundo.
Ter namorado uma estrela de cinema mais velha do que eu,
E a sua riqueza ficou a mim depois que ela morreu.
Falam que eu dei o golpe do baú,
Mas não tenho culpa do que eu sou.
E nem da sorte que me olhou.

Não acredito em superstições, mas acredito em direções bruscas da vida.
Direções me levaram ao sofrimento e aos fantasmas da vida.
Me fizeram ser rei dourado e o mendigo do amor.
Me fez ser por 400 anos.
Não culpo a minha solidão mas admito que escolhi ela.

Escolhi ela quando eu sai de casa.
Quando voltei encontrei você olhando pra mim e perguntando "Aonde você foi? ".
Foi como uma adaga no meu coração...
Uma mulher que dorme na  mesma cama que eu e pergunta onde fui.

Um vento que fez um leve sopro nos barcos dos ideais ao mar eterno.
Um vento que toca as brutas rochas que vemos envelhecer como nós, para depois  morrermos..
E elas continuaram lá.
Mas agora  uma brisa leve que antes tocava do meu rosto virou dor.

Dor em todos os lados, em todas as ondas do mar, em todas as casas que vejo.
Dor maldita da vida.
Dor da solidão eterna, do astronauta navegar no oceano.

Nos campos que andei ví cavalheiros medievais sugando a pele de Romeu.
Ví Hitler disfarçado de Robin Hood.
O Imperial Monarca comendo meus ossos, e as estrelas que chovem distantes.
Marte esquecendo a terra,
A circulação solar continuando com o mesmo ritmo.

Mesmo aos nosso olhares
Ficamos decepcionados.
Ficamos atordoados.
Tudo continua ao mar de Deus.

Seu dedo deve provocar essa chuva eterna de insegurança.
Deve ter se esquecido de olhar as nuvens negras do apocalipse da melancolia.

As árvores e suas ganhas ganham morte
A morte melancólica vira um anjo tolo,
Que quer voar mesmo sem ter asas.

Um vento sopra levemente entre o seu rosto fantasma.
Um vento beija e depois cospe a face de seus filhos e netos,
Uma Brisa que virou dor.

As borboletas refletem a lua.
Antes eu achava lindo, hoje acho brutal.
Suas asas que chovem aos meus olhos, por motivo nenhum me machucam.

Eu lembro de minha casa.
Abria a porta e sua face estava na sala de estar.
Das fotos antigas e dos beijos cristalinos...
Seu cheiro anda sobre ela como fantasma,
Gritando de agonia por algo a mais.

Eu percebia o crescimento das crianças até virarem velhos inúteis.
Vi que você sorria ..
Mesmo eu, mesmo eu morrendo.

Um casal  que se beija na praia...
Seus olhares que depois se concentravam no mar.
Era tão belo...
Depois virava dor  pra nós dois.

Cansado das filosofias metafisicas...
Guerreiros espirituais levantavam o mar e depois retornavam ao seu leito por sua atitude tola.
Espadas gemem como demônio através de nada, e ao nada retornam.
A rajada de um sol soturno que vê as visões dos soldados e seu sangue escorrendo.

È um sopro triste de um vento que virou dor.
È o mundo que roda, que agoniza tua estrada.
Uma fonte de beleza ao exterior da natureza que me cega.
A maldita fonte do meu ato me fez ser maldito.
Uma brisa maldita.
Castelos de sonhos que iam devagar...
O amor que ia ao sonhar...
Mas nada se entende, mesmo depois de tanto tempo.
Apenas o seu rosto, o seu rosto que me sorria e agora me mata.
É uma Brisa que virou dor e nada mais.
E eu, uma criatura pequena fumegando o vento dolorido e seus movimentos.
E o universo chora pela a minha dor insignificante.

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