quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ferro e sangue (seu e de seus filhos)

Mar infinito para os seus filhos nascentes.
Dormindo entre as cores das flores
Refletindo entre a cortina de chuva.
Adormecida criatura,
Descendo aos olhos da terra,
Enquanto o resto ao seu redor,
Suas imperfeições,
Prédios e cidades,
Amores e desamores,
Olhares e desencontros
Recebiam-lhe como um cartão postal.

Sua alma tecida de vidro que quebra entre a janela de seu ser
Quebrou entre a noite silenciosa.
Quebrou-se no chão,
E fez o cantar dos anjos.
Chamou a chuva a cantar também,
E fez as árvores surgirem.
Mas não passava de dor.

E a única coisa que via era ferro e sangue.
Ferro e sangue da alma.
Ferro e sangue de seus filhos,
Que compõem seus corpos
E solidificam sua estrada.

Ferro e sangue que acordam seus filhos entre massas de gordura existêncial.
Ferro e sangue que que te fazem chorar e despedaçar.

Liam-se contos,
Liam-se os códigos no vento,
Mas não havia nenhum caminho que ruivasse como uma estrada sem rumo.
O mar vinha como onda,
E Deus surgia como maldito.

A alma descia entre o chão, e quebrava por você.
Era caos total.
Era mar nascente,
Era como a infância,
Uma chuva da natureza.

Mas a única coisa que se via era ferro e sangue,
Em seus olhos,
Em seus lábios.

O mar beijava o seu sangue,
E deixava-o entre a solidão.
Condenava a alma das cidades humanas.

Tantos seres ao seu redor que definem a solidão.
Apenas ferro e sangue...
Ferro e sangue...
Uma peça mortal que não te faz você ser vegetal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário