quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Navio negreiro


As 7 da manha eu acordo com o reflexo das inquietações do meu pequeno cristo lá fora
Dou uma olhada lá fora pra ver se estou pronto pra viver mais um dia comum
Vejo mendigos dormindo a frente onde mora a minha inquilina e da esquina o ponto de ônibus
Sei de alguma forma vou me encontrar com essas pessoas o dia inteiro ,do ônibus,do escritório e dos pesadelos mais profundos
Vejo marinheiros e mercenários do navio negreiro bebendo vilho puro vendo a vista do novo brasil e
mandando aos negros escravos calarem a boca
Agora me sinto como se estivesse nesse navio vendo uma terra que não tem nada para me oferecer alem de me escravizar

Esse navio negreiro
Esse navio negreiro
Esse triste navio negreiro

Do rio esta tús caçando outra forma de solidão ,uma solidão mais doce
Cantando ao queimar das florestas,as folhas envelhecidas em suas formas trágicas
Das ruas os violões de velhos homens do nordeste perdido das imensidões dos prédios e das pessoas
Da mare de pessoas nem sequer tem uma pequena onda ou um pequeno olhar
Apenas se deslancha um navio de beijos negros e abraços partidos
Em todos os negros,crioulos e escravos nesse novos seculo

Esse navio negreiro
Esse navio negreiro
Esse triste navio negreiro

Com tanto tempo que tem eu morro do meio das avenidas
Ah eu terei uma importância vou interromper as travessias de automóveis
A tragedia sera chegar atrasado do trabalho,perder um pedaço de dinheiro  e morrer da cama da noite
Beber uma cerveja entre os burros do bar
Sim....esta Gabriel,esta Gabriel chorando,não pelo cristo
Mais pelo esse navio passando e mostrando todas as falhas do ser humano

Esse navio negreiro
Esse navio negreiro
Esse triste navio negreiro

Morrer de cancer,de idades de moleques
Esse navio que você que tanto ver e esconder




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