(destinado para a indiferença cultural jogado em nossa sociedade,sabendo que um senhor comum e oprimido do final de outro lugar acaba morto,sabendo que uma pessoa como você morre e você nem percebe,acreditando dos critérios naturais e baboseira parecida,esse poema é um protesto contra a natureza das coisas ...tome cuidado )
Ele tinha uma pequena casa e morava sozinho
A esposa morreu do ano passado e os filhos neles o visitam do final de semana
Seus filhos é o orgulho nele
Ele sempre perguntava pra eles como eles estão e eles sempre dizem
"Estou bem pai,a vida é complicada mas estou bem"
A vida é complicada
Pra você jovem "coisa" e pra ele ,o velho solitário
A esposa morta era um unica amante
Unica lua de que o olhava e beijava das rugas machucadas
Mas morreu de câncer do pulmão e o que ele espera é morrer de simples ato da velhice
Sim,ele é velho
As roupas nele é velho
E o mundo do final de contas continua mais velho como ele
Sua roupa é nova
Sua idade também é nova
Mas você não é diferente,seus atos comuns são antigos
Sua face envidraçada pela primavera e o verão também
Esperando outro dia acontecer
Assim como é velho os bêbados profetas e homens solitários desejando que o mundo abre o coração para todos
Isso é tão antigo..como é
Ele é faxineiro
Ele já deve ter limpado o lixo que você jogou
Ele tirava as gramas mortas do outono e colocava do lixo
Esperando a noite surgir e voltar pra casa
E espera que um dia apareça novamente
Mas foi morto por um garoto que queria a carteira nele
Ele disse que não tem
Mas mesmo assim foi morto
Foi morto por causa de um carteira
E você criatura do dia e da noite
Você que lê jornais e sabe dos filmes ruins que podem passar novamente
Você que rí da profecia da morte e das arvores de anjos que queimam ao amanhecer
Bebe o seu drinque de ideias e some ao amanhecer
Pelo menos comemore um dia que você considera estranho
O dia que a indiferença quis fugir da janela
E o velho do chão esteja vivo
Mas agora todos da rua o olhavam
Ele foi o cara que limpou o seu lixo e você não prestava atenção
Mas agora todos da rua o olhavam
O olhavam pois ele não tem mais vida
O olhavam pois não consegue entender a morte
Pois não consegue entender o limite final das nossas vidas
Mas você rira amanha,falara da novela e do que o seu cabeleiro falou ou do jogo de quarta feira
E eu?eu não lembro nele toda hora, só lembro nele daquele momento jogado da rua e nesse poema que lhe falo e depois me despeço
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