quarta-feira, 25 de maio de 2016

Solitude de rio



Por onde tu vais?Eu te conheço
Te conheço o suficiente para  a gente definir as construções  melancólicas de nossas cidades
Te conheço o suficiente para a gente definir a nossa  ponte quebrável de relacionamentos
e temores.

E já pensamos:Onde dorme toda a saudade?oh,não digas isso,pois não queremos saber
Ja que os oceanos quebram todas as pedras imoveis da praia,e as pedras continuam tendo os seus aspectos inumanos

E nos identificamos com elas,pelo menos nos identificamos com elas hoje. ,


A gente bebe o nosso trago
A nossa rotina salvadora

Ouvimos um blues rasgado
Lento e veloz

Caímos das manhas dos gatos da noite
Miando em cimas dos telhados como crianças com medo do escuro

Abortamos todos os anjos de meia noite
Com as suas asas ponográficas

Chupamos os picolés de metais dos antigos Dons Quixotes da Avenida Paulista
Que estão todos fomentados pelo caos da cidade

Quebramos os espelhos multi facetados da Dama do Amanhecer
Que agora cruza as suas pernas e pensa em ir do inferno


Recorremos o rio vasto e raso das lagrimas de Moises
Ou dos desejos misteriosos de Deus

Oferecemos (por tristeza) flores partidas para as novas crianças
Crianças que ágoras serão a gente do futuro

Choramos que nem idiotas as coisas bonitas da vida
As coisas comoventes de nossa rotina

Matamos os vermes e juntamos os vermes junto aos tesouros
E não sabemos a diferença

E sim,nos afrontamos por simples prazer
Ou dever
De ter uma guerra
Pessoal
Ou
Santa

Pois todas as cidades fecharam as suas pernas
Todas as pessoas fecharam os seus mundos
E pra nos não resta a nada

A não ser cair e sentir a queda.





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