segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Meia noite e ponto.





A Bianca tira a roupa,Cezzane  fuma um cigarro,e Keroauc esta alucinando com o álcool.As putas chegaram lentamente,assim como as bebidas.A sala de estar ficou lotado.Lotado pra caramba.

Era exatamente meia noite e ponto.

Madame Satã tira a calcinha,Bukowski olha pra rola dela,Joana não esta mais aqui.O trem já partiu,o cobrador Marcos já foi embora.Joan Bez esta do quarto, tocando violão sozinha.

Era exatamente meia noite e ponto.

A cidade lá fora me olha.Sim,você sabe de quem eu estou falando.Ela me olha com os seus olhos sujos  junto com a chuva da noite.A chuva que transborda aquelas velhas verrugas ,e anuncia de algum modo um apocalipse vidrado das pequenas coisas.
Mesmo que a lua apareça sobre a janela,e reflete a cor azulada da melancolia, nada vai alterar as coisas:os caras dos Jazz morreram,e o rock errou mais uma vez.
Mas era exatamente meia noite e ponto

E eu me sinto incluído(e excluído) a toda essa gente, a todos esses caras e tudo mais.Os  velhos boxeadores dos bairros estão dormindo em pequenas camas,e os velhos soldados de antigas guerras(que ninguém lembra mais) estão por  ai entre as ruas ,perambulando sobre esse mundo maligno como loucos fantasmas.
Os castelos estão abertos,as construções utópicas estabelecidas.Eden anuncia as portas,Dante sorri para o sol.Mas mesmo assim,percebo a dimensão gritante das prisões,e o vigor constante em termos de prevalecer um mundo podre e cruel.

Percebo isso depois de meia noite.

E o que sobra do final das coisas  é apenas um copo de licor,e um cigarro amassado.Sim,Sim meu amor.Não são figuras de vícios,são apenas atores inanimados representado o estado da solidão contemporânea.
O horror de ver o mundo de tal forma,e de alguma forma aceitar o destino que é morrer sozinho e vazio...





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