quarta-feira, 22 de junho de 2016
Os anjos negros da avenida central
Ele senta em sua cadeira velha
Sim...o velho e triste poeta,o homem rico e ao mesmo tempo o homem pobre
Ele senta em sua cadeira velha
E admira com certa raiva e louvor os abismos que a cidade sugou...
Os anjos negros da avenida Central
Com seus olhos cinzas olhando para as estrelas falecidas
Os anjos negros da Avenida Central
Com suas asas partidas e solitárias
Ele,com o seu cachimbo poético,define o dia e a noite
Sim...ele sabe muito bem que ele vai comer o pão que o diabo amassou
Ele chora como uma criança desesperada
E lembra que o seu antigo pai era um ator de quinta categoria,e a sua mãe...morreu há um bom tempo
Sim,e admira os Anjos negros da avenida central
Com os seus olhos negros,e lágrimas azuis
Ele clama pelos anjos da avenida central
Eles,que estão voando pelo céu rasgado,e prestigiando as favelas queimadas do subúrbio da cidade.
"Venha Morte,e quem sabe velha o amor"Suplica ele com loucura
Mesmo que ele saiba
que a próxima edição
é dele
e que ele
já é um fracassado por natureza
e um vencedor ao longo tempo.
A chuva escorre dos olhos de Deus
e faz o velho poeta querer sair da rua
e dançar com os anjos negros da avenida central.
Sim,ele dança com todos os anjos negros
Com todos os pesadelos
e fins.
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