domingo, 18 de junho de 2017

Aquele dia em que eu percebi que a Bela estava morta.








Você estudava da mesma escola que a minha,ia do mesmo corredor que eu ia,comia da mesma mesa que a minha,mas  a maior parte do tempo você simplesmente não sabia que eu existia.Se sabia,achava que eu era um estranho.Mas eu te achava bonita,e isso era o suficiente.

Não sei,hoje em dia eu olho pra trás,e percebo agora que você não passa de mais umas das varias mulheres comuns que passou da minha vida.Mulheres que eu coloco uma fantasia louca ou besta demais.Esperando sempre uma aventura juvenil louca tirado dos filmes de John Hughes.
De qualquer forma,do dia 23 de abril de 2011 eu falei contigo.Eu tentei dizer “oi”,você me respondeu,e depois me ignorou,achando que eu era esquisito demais.
Claro que hoje em dia as pessoas podem rir coisas como essa,mas daquela época,ser desprezado ou levado com uma certa indiferença era umas das maiores monstruosidades que um simples adolescente podia sofrer.
Bom,eu só lembro que eu sai da mesa do intervalo,que ouvi a sua risada estranha,que depois eu subi da escada,fui até a minha sala,e abri o livro de poemas da Floberla Espanca.Eu sentia uma melancolia horrível,não só por causa do desprezo,mas pelo fato de que aquele simples desprezo significasse noites solitárias onde eu perguntava qual era o motivo de minha existência.De qualquer forma,eu li alguns poemas da Florbela,e pensei”Ela poderia ser a minha amiga”.Eu olhei a capa,onde tinha a foto dela.Um rosto bonito,porém triste.Reafirmei novamente”Ela poderia ser a minha amiga”,mas ai eu lembrei  que Floberla estava morta,e que você não ligava pra mim.
Eu sei que hoje em dia pode parecer ser algo bobo,mas da época...eu senti uma solidão insuportável ...


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