Você estudava da mesma escola que a minha,ia do mesmo
corredor que eu ia,comia da mesma mesa que a minha,mas a maior parte do tempo você simplesmente não
sabia que eu existia.Se sabia,achava que eu era um estranho.Mas eu te achava
bonita,e isso era o suficiente.
Não sei,hoje em dia eu olho pra trás,e percebo agora que
você não passa de mais umas das varias mulheres comuns que passou da minha
vida.Mulheres que eu coloco uma fantasia louca ou besta demais.Esperando sempre
uma aventura juvenil louca tirado dos filmes de John Hughes.
De qualquer forma,do dia 23 de abril de 2011 eu falei
contigo.Eu tentei dizer “oi”,você me respondeu,e depois me ignorou,achando que
eu era esquisito demais.
Claro que hoje em dia as pessoas podem rir coisas como
essa,mas daquela época,ser desprezado ou levado com uma certa indiferença era umas
das maiores monstruosidades que um simples adolescente podia sofrer.
Bom,eu só lembro que eu sai da mesa do intervalo,que ouvi a
sua risada estranha,que depois eu subi da escada,fui até a minha sala,e abri o
livro de poemas da Floberla Espanca.Eu sentia uma melancolia horrível,não só
por causa do desprezo,mas pelo fato de que aquele simples desprezo significasse
noites solitárias onde eu perguntava qual era o motivo de minha existência.De
qualquer forma,eu li alguns poemas da Florbela,e pensei”Ela poderia ser a minha
amiga”.Eu olhei a capa,onde tinha a foto dela.Um rosto bonito,porém
triste.Reafirmei novamente”Ela poderia ser a minha amiga”,mas ai eu lembrei que Floberla estava morta,e que você não
ligava pra mim.
Eu sei que hoje em dia pode parecer ser algo bobo,mas da
época...eu senti uma solidão insuportável ...
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